Cinema
The Beekeeper – O abelhudo mais sangrante
Quando uma pessoa próxima a um Beekeeper é vítima de um cibercrime, que origina um suicídio, este protetor sangrento decide fazer justiça com as próprias mãos e salvar a sua “colmeia”.
The Beekeeper, protagonizado por Jason Statham repete a fórmula já vista em muitos filmes do género como John Wick (2014) e Nobody (2021), mas aqui os produtores decidem introduzir uma filosofia com abelhas. É impossível não reparar na quantidade de vezes que o nome “bee” (abelhas em inglês) é usado piadas, referências e até filosofias com o próprio sistema de comunidade das abelhas. O interessante é que existe aqui alguns trocadilhos bem encaixados, mas depois de serem usados tantas vezes, só começa a ficar esquisito. Enquanto Adam Clay (Jason Statham) usa imensas referências sobre o sistema de funcionamento de uma colmeia, e de que “as abelhas protegem-se umas às outras” ou que “a abelha rainha é morta por uma das abelhas por ter filhos defeituosos”, o resto do elenco decide fazer trocadilhos como “to bee or not to bee”. O que até pode ter a sua piada, mas no momento em que é usado, é só mais um motivo para causar frustação no espectador.
Mas pazzzzzsando estes trocadilhos, o filme ainda apresenta cenários bastante divertidos que um pai fã dos filmes dos anos 80 e 90 irá gostar. É de esperar que quando um espectador escolha ver este filme, conte com algo muito irrealista, até porque este filme vende-se como “um homem contra o mundo”. Mas a violência é tanta, e os socos, pontapés e todo o tipo de golpes são tantos, que é evidente a influência dos filmes antigos, o que torna este um bom filme de entretenimento.
Infelizmente isto também funciona no reverso. O personagem principal é super inteligente, cheio de truques e estratégia, enquanto o resto dos personagens parecem burros, sem saber o que fazer quando enfrentam apenas um homem, e isto serve tanto para os vilões do filme como para a FBI e a CIA. E falando nos vilões deste filme, é necessário ainda fazer alguns ajustes para se adaptarem aos tempos atuais. Não me refiro aos temas ou das modernices de hoje em dia, mas do tipo de vilões que o filme apresenta. Aqui todos eles são muito apresentados como pessoas mimadas e sem muito QI disponível. Infelizmente, talentos como o Jeremy Irons (Wallace Westwyld) ficaram perdidos num guião chato, que se perde quando tenta criar uma filosofia em vez de apresentar porrada.
Outra situação estranha no filme, acontece quando o mesmo fala sobre uma organização secreta (mais secreta que algumas empresas do governo) de nome “Beekeepers”, uma organização que envia “Beekeepers” para tratar de assuntos em que a justiça falhou. Só que eles nunca chegam a mostrar mais que dois Beekeepers, ou seja, estes agentes são tão secretos que nem chegam a aparecer no filme.
De resto, o filme até acerta em algumas partes técnicas, agrada bastante com a cor surrealista em momentos de grande combate (cena da bomba de gasolina), não apresenta uma qualidade de som boa, especialmente nos momentos de golpes onde o som parece amplificado de mais (especialmente em salas IMAX) mas chega para redimir um pouco o realizador David Ayer depois de ter apresentado o fiasco, “The Tax Collector”, em 2020.
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