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Cinema

Priscilla – Uma nova perspetiva dos Presley

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Priscilla

Com estreia no 80ª Festival de Veneza no dia 4 de Setembro de 2023, Priscilla é o novo filme de Sofia Coppola, baseado no livro “Elvis and Me” de Priscilla Presley (Também, produtora executiva do filme) em 1985. O livro (e o filme) contam o período de vida da mulher desde o seu primeiro encontro com Elvis até ao seu curto e complicado casamento, que terminou em divórcio.

Claramente este filme é a versão de uma das figuras matrimoniais do casal. Ou seja, não deve ser levado como “100% real” ou “Isto aconteceu realmente como é contado”. É verdade que Elvis Presley não foi sempre a jóia de pessoa que muitos acreditam, especialmente por termos como início deste filme, o relacionamento entre um adulto de 25 anos e uma jovem de 14 anos. Mas é sempre bom encarar o filme como apenas uma história que está a ser contada de um lado. É por isso que é possível ver uma nova versão do Elvis (Jacob Elordi) mais “dark” do que aquela que testemunhamos em 2022 com Austin Butler. É um Elvis mais agressivo, machista, e com muitos complexos de superioridade, deixando Priscilla num canto sempre como a vítima. A verdade é que não sabemos se isto realmente foi assim ou não, então mesmo que seja, é preciso encarar como um caso delicado. Aliás, isto é apenas uma perspetiva diferente do “Rei do Rock and Roll”, pelos olhos de Priscilla. Esta é uma história de decepção e realidade de uma jovem rapariga cujo apresentar uma vida de sonho ao casar-se com um cantor super famoso como o Elvis, mas que vê a sua vida lentamente a tornar-se um pesadelo à medida que Elvis vai lhe colocando barreiras e algemas.

Sofia Coppola é uma realizadora simples, delicada com os detalhes e dando um passo lento ao desenvolvimento da narrativa. O filme não pretende ser grandioso ao contar esta relação, em vez disso apresenta-se como algo sensível e explorando cada emoção exposta no livro para o ecrã.

À semelhança de outro filme lançado em 2023, “May December, este tem uma história sobre uma jovem rapariga que casa muito nova com um adulto já velho (apesar da diferença de idades de “Priscilla” ser bem diferente do que “May December). No entanto, o filme encontra a sua forma de desenvolver o psicológico de Priscilla (com ajuda do livro) ao mostrar a evolução da idade, tanto a nível físico, mas especialmente a nível mental, pois ela vai descobrindo por si mesma (um outro ponto que o filme conta de forma acertada, sendo o seu empoderamento feminino na relação e na sociedade) o que é bom para ela ou não dentro do que Elvis lhe oferece. Esta evolução vai crescendo ao longo do filme até que acaba com o divórcio dos dois.

E por falar em Priscilla, é necessário falar da atuação de Cailee Spaeny que é simplesmente brilhante. Cailee entrega um Priscilla isolada e com muito pouco (e ao mesmo tempo, muito) autocontrole; passando por fases da vida de Priscilla desde os seus 14 aos 27 anos, mostrando que não é preciso uma nova atriz para interpretar uma versão mais velha da personagem, e que ela, consegue fazer aquela transformação sem problemas. Todas as emoções que o espectador precisa de sentir no filme estão lá, e a maior parte deve-se à atuação sólida e gratificante de Cailee.

Mas o nosso Elvis não fica muito para trás, apesar de ter um foco muito diminuído, Jacob Elordi entrega um Elvis surpreendente, tanto a nível físico como representativo. A minha maior dificuldade e surpresa ao saber deste filme, era como iriam entregar um Elvis tão parecido e tão habilidoso como o Austin Butler fez em 2022. A verdade é que Jacob consegue entregar um bom Elvis e a sua relação com Cailee serve perfeitamente para o necessário.

Por incrível que pareça, “Priscilla” não apresenta nenhuma música do Elvis Presley na sua banda sonora, o que só solidifica a exclamação do filme ao afirmar que este não é um filme sobre o Elvis, e sim sobre Priscilla.


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Um jovem rapaz que adora o mundo do Cinema e da Televisão. É técnico de som e por isso o seu amor reside nas bandas sonoras. A sua inspiração é o Hans Zimmer e o John Williams. Adora ficção científica e super-heróis, mas não descarta as outras áreas.

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