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Cinema

Morbius: Análise

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[Contém alguns spoilers, mas não interessa!] Só há uma razão para este filme ser adiado tantas vezes: nem o estúdio acreditava que valia a pena ir ver…

Jared Leto é um dos melhores atores da sua geração. Recordo interpretações como “Lord of War” com carinho, mas começam a faltar argumentos para desculpar estas escolhas. O seu Morbius é um homem que segue a tradição de ter um apelido convenientemente apropriado aos poderes que vai adquirir. Segue também a tradição da Sony em oferecer histórias medíocres de super-heróis.

Fazer um filme sobre um vampiro sanguinário e ser tão clean diz muito sobre o tipo de filme que se propuseram fazer. O sangue artificial parece mousse de Oreo e a lógica para Morbius não beber sangue real é a mesma de Edward em Twilight. No entanto, assassina meia dúzia de pessoas na sua primeira transformação (mas como são “mercenários”, não conta) e passa o resto do filme a ser um porta-bandeira da moralidade… Um dos mercenários é degolado, ao ponto de ser quase uma decapitação, e não verte uma gota de sangue! Morbius é, no fundo, uma espécie de Hulk com muita fominha, ao ponto de lhe copiar frases (“You don’t wanna see me when I’m hungry”).

As semelhanças com outros filmes não se ficam por aqui. Morbius parece não ter um meio. Esguicham-nos informação nos primeiros minutos e quando damos pela coisa já estamos coagulados na batalha final. Tal como Venom, a luta final cinge-se a dois monstros CGI, em que não percebemos nada do que está a acontecer porque a câmara está embrulhada na luta. Ainda não convencidos das semelhanças?! Estes são os posters dos dois filmes:

O vilão? Bom, é mais um ator de topo a fazer o que pode (Matt Smith), com uma caracterização igual à do vilão da “A Máscara”. Como personagem cinge-se a deixar de ser filantropo e melhor amigo de uma vida, para se tornar um serial killer em menos de 12h. A única coisa consistente no Universo Sony parece ser a capacidade espremer maus filmes de bons atores. Tom Hardy, Jared Leto… e aqui temos um Jared Harris que não envelhece neste filme ao longo de 25 anos…

Nunca há qualquer intenção de explicar o porquê do “fumo” quando Morbius se desloca. Fica mais rápido e mais forte, mas porquê o fumo?! Que característica do morcego é que lhe dá a capacidade de teletransporte como se fosse o Nightcrawler dos X-Men?! Porque é que desenvolve uma tolerância ao sangue falso para além do argumento assim o exigir?! E aquele “vento”, em que consegue surfar À FRENTE da turbulência?!… enfim. Nem vale a pena pensar muito senão ainda fico também com uma doença auto-imune.

Há duas cenas nos créditos que tentam alcançar o mesmo que em Venom: dar alguma credibilidade à coisa com uma possível inserção no Universo da MCU. Mas até nisto é ofensivamente parvo: já que Morbius acha interessante a ideia de se aliar ao vilão Vulture…O Morbius que passou uma hora e meia a não querer sugar sangue real porque era errado!

A Sony, numa altura em que a Marvel já mostrou ao mundo como fazer conteúdo deste estilo em 25 lições, continua a tratar as suas películas com a mesma estima dos anos 90. Este filme deveria ser alugado na Blockbuster, em VHS, para termos a experiência pretendida.

 

 

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