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Cinema

Disney encanta com Encanto

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Quando aquela sensação de nostalgia e ser criança chega como um furacão…

Sou fã desde que me lembro da Disney (e filmes de animação), tendo me tornado uma Disneyholic. De roupa, acessórios, calçado, a uma coleção enorme de pops, e uma variedade de peluches e almofadas, tudo adquirido em adulta quando comecei a ganhar o meu próprio money. Neste sentido, claro que não ia deixar passar a mais recente produção dos estúdios. Ainda por cima tendo um número comemorativo. Encanto é o 60º filme Disney, igual à idade da minha mãe. Encontra-se em stream no Disney+.

A primeira vez que vi o filme foi com a minha mãe (a segunda foi com o meu namorado, sim, como podem imaginar já o vi várias vezes, especialmente os videoclips das músicas) e aconselho a verem também com as vossas famílias. Acreditem ficam ao rubro.

Encanto fala-nos de uma família mágica. A família Madrigal vive numa aldeia nas montanhas na Colômbia, e todos os elementos da família são extraordinários, vários têm poderes, o chamado milagre e com eles dão apoio a toda a aldeia. Porém, existe um elemento da família (na linhagem de sangue, aqui não se conta os elementos que são adicionais, por casamento/namoro) que não recebeu um dom, Maribel, a única jovem Madrigal que não tem poderes. Maribel apesar de giftless faz tudo o que está ao seu alcance para ajudar e apoiar todos e começa a reconhecer que algo não está bem com a família e com a casa mágica onde vivem Casita e que talvez seja ela a última esperança para resolver o problema. E é aí que começa a nossa aventura.

Deliciosamente familiar, musical e emotivo

Encanto leva-nos de volta à magia Disney, ao musical, com coreografias esplêndidas, à belíssima palete de cores ao longo do filme, os figurinos e à procura da autenticidade cultural. Num género idêntico a Coco da Pixar, não no México, mas na Colômbia, pelo que apurei os produtores fizeram o trabalho de casa e representaram a variedade cultural que existe no país. E numa forma magnífica, sem datar especificamente a época, mas referindo-se à guerra civil colombiana e mostrando uma vida sem tecnologia.

Todavia o que eu tenho de fixar é a música. O espetacular Lin-Manuel Miranda, que nos trouxe os musicais da Broadway Hamilton e In the Heighs e os soundtracks Disney de Moana e Mary Poppins Returns, maravilha-nos com músicas alegres, cativantes e contagiosas. Como já devem ter visto por aí (ou não), “We Don’t Talk About Bruno” já ultrapassou o sucesso de “Let it go” de Frozen. Adoro todas as músicas. Mas aquela que mais emoções me traz é a “Dos Oruguitas”, tudo à volta da música é arrebatador: o contexto em que aparece, o facto de ser a única música em espanhol (em qualquer versão do filme), a nostalgia que acarreta, faz-nos sentir numa torrente de emoções. Sempre que a ouço choro, e a ver o filme fico a parecer a Pepa num mau dia x.x

O filme faz-nos passar por diversos sentimentos em relação a várias das personagens. A emoção de nos sentirmos parte da família Madrigal, de sentirmos empatia, tristeza, alegria, desgosto e até raiva. As expressões faciais das personagens, especialmente da Maribel, estão tão bem produzidas que nem parece que estamos a ver uma animação, faz-nos sentir o seu esforço e a sua luta para se sentir parte da uma família tão única.

A importância da família, da imperfeição e da união

O foco do filme é a família, não tem necessidade de vilão, de uma jornada contra um mal maior. É apenas a complexidade de uma família e a jornada para ela se manter em pé. A procura da perfeição, a exigência da perfeição, de todos da família serem perfeitos no seu propósito, leva à rutura da família. Mas na realidade a perfeição não existe e quanto mais pressão para a ter, mais nos desgastamos e aos outros, e mais sofremos e fazemos sofrer.

O importante é a família estar unida, e para tal reconhecer que todos são imperfeitos. A jornada de se compreenderem uns aos outros, de perceberem o que cada um sente é a parte essencial do filme. Tal como, reconhecer os próprios erros e procurar corrigi-los. Uma das partes mais emocionantes é compreender o porquê da personalidade da Abuela. Para não dar spoiler, não vou avançar mais com esta parte. Vejam!

Posso ainda referir que vi nas duas versões, original e portuguesa. Como fã de Broklynn Nine-Nine, ouvir a Stephanie Beatriz sem a voz de Rosa foi um choque, mas she is so lovely as Mirabel! Apesar de preferir a versão original, a portuguesa está boa e gosto bastante da versão da Mariana Pacheco da Surface Pressure.

O filme é de viciar, até não dar mais (ou aparecer outro filme ou série para substituir o lugar). Se ainda não o viram experimentem! Deixo esta dica: na música “We Don’t Talk About Bruno” vejam bem as paredes x.x

Para finalizar:

Penso que o teu dom é estar em negação!

 

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Mais conhecida como Vicky, é bioantropóloga com um enorme gosto por ossos, esqueletos e evolução humana. Tem uma paixão desde que nasceu pela cultura popular, de literatura ao cinema. Uma geek assumida e orgulhosa! O seu hobby preferido atualmente é perder-se na cultura popular asiática, especialmente nos anime e K-dramas.

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