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Cinema

Eternos – Viver para sempre não é para todos

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Bem-vindos ao filme mais controverso da Marvel. Não só porque há uma clara linha que divide a opinião dos críticos daquilo que o público achou do filme, mas porque também, dentro da esfera dos fãs, há quem tenha adorado e quem o classifique como a pior coisa desde Thor: Dark World. Para além disto, e para tristeza minha, “Eternos” é um filme controverso por temas que nada têm a ver com o filme em si.

Comecemos por falar do filme… sabem, aquele produto audiovisual que deve ser apreciado por ser um produto e não necessariamente uma mensagem, um recorde ou o estreante em alguma coisa. Eu caio definitivamente na esfera de quem apreciou o filme por aquilo que tenta fazer. É uma película com um elenco que faz normalmente outro tipo de filmes e uma realizadora com uma visão particular. Juntos abordam uma história tão díspar do restante MCU que o produto final tinha de ser obrigatoriamente único. Não se pode criticar constantemente a Marvel por seguir uma fórmula e depois porque fizeram algo diferente.

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Para além do desafio de introduzir as personagens, explicar novos conceitos, contar uma história, ter piada e ser romântico, o filme tem ainda de encaixar uma quantidade de ação que mantenha o povo entretido. De modo abrangente, esse objetivo foi alcançado. É verdade que exige muita “paciência” ao espectador, mas senti-me sempre recompensado pela espera. É certo que considerando a duração de duas horas e meia temos um volume inferior ao habitual, no entanto, a diversidade dos poderes entre Eternos tornaram as cenas mais dinâmicas e bem mais divertidas de assistir do que outros exemplos recentes. Ao invés de termos mil e um cortes na edição com apenas duas personagens ou uma personagem com 300 monstrinhos em CGI, aqui o filme brinca entre 5/7 personagens por batalha. Destaco principalmente a luta na floresta do Amazonas como especialmente bem feita (a razão porque não ouvimos falar português é porque se localiza no Peru).

A maior falha do filme acaba por ser a própria magnitude que se propõe alcançar. Almeja muito e arrisca a não preencher a satisfação em nenhum aspecto particular para certos espectadores. A ideia de juntar dez personagens novas acarreta que nem todas tenham o mesmo tempo de antena, ainda assim, até nesse aspecto o filme faz uma gestão inteligente. Algumas personagens não existem como individualidades, mas como “luas” de outras (Gilgamesh e Thena), outras servem de “muletas” para desenvolver as principais (Ajak) e outras servem como pequenos obstáculos e facilitadores do enredo (Druig, Makkari, Phastos). No meio de tanto povo, queria ainda assim destacar uma pessoa em particular, Karun (Harish Patel), o “sidekick” humano de Kingo. Para além dos melhores momentos de comédia do filme serem dele (quando saca de câmara atrás de câmara, cada vez mais antigas, para filmar o documentário!), é provavelmente o coração do filme, apesar de introduzido tão tarde. A lealdade para com Kingo e o discurso que faz a despedir-se dos Eternos é um momento incrivelmente “fofinho”.

Outro tiro ao lado foi a tentativa de humanizar os Deviants. Teria sido perfeitamente aceitável que fossem bestas sanguinárias cujo único objetivo é caçar e até ter um deles a absorver poderes, mas dar-lhe uma voz para depois esse arco não dar em nada foi, só e apenas, um desperdício de tempo. Para além do pior arco da história, são o único ponto criticável a nível dos efeitos visuais. Limitando-se a ser “bichos” CGI como já vimos tantos. Descartando isso, visualmente é um filme lindíssimo. Desde Asgard que o Universo não me impressionava com um novo visual. A temática de formas geométricas, o uso do dourado e um número enorme de cenas em exterior fazem de Eternos uma maravilha visual que deve ser apreciada com boa resolução.

Tudo o que refiro em cima é absolutamente subjetivo, conforme a apreciação de cada um. O que para mim é fresco, para outros é monótono, a componente expositiva que considero enriquecedora para alguns foi aborrecida e/ou confusa. O que não consigo compreender é que se critique tanto o filme porque sim. Porque é demasiado woke ou porque não dá suficiente atenção a outros temas. Se faça mais títulos de notícias porque teve o primeiro herói surdo (Mikkari) ou o primeiro homossexual (Phastos) e bem menos artigos falando do filme em si. Se chegue ao ponto de criticar o uso de eventos reais como a Bomba em Hiroshima como “insensível” por parte da Marvel (!). Chega-se ao ponto de fazer manchetes sobre o filme ter a sua primeira de sexo… ora, é uma cena em que se vê as costas desnudadas masculinas por cima de uma mulher… é isso. Dura 30 segundos! Eu acho que já vi mais sexualidade em placas de esferovite que voam ao vento!

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Nas duas cenas pós-créditos temos duas pequenas trincas em futuros filmes: A introdução de Starfox, interpretado por Harry Styles, como sendo irmão de Thanos. A personagem deverá ser uma presença certa num futuro “Eternos 2” (se não for mais cedo noutros filmes). A acompanhar Starfox está Pip (Patton Oslwalt), um trol que também migra dos comics para o cinema; Na segunda cena temos um vislumbre sobre o que Dane queria contar a Sersi no final do filme. Dane Whitman encara uma espada chamada Ebony Blade. Espada essa criada por Merlin que protege o seu portador contra a magia e é capaz de cortar qualquer objeto. Como contrapartida, corrompe o seu “mestre” com o passar do tempo. Sobre quem poderá ser a voz que alerta Dane, bom, talvez Fury, talvez Strange, talvez o Watcher de “E se…?”. Temos de esperar para ver.

“Eternos” não é água que traga toda a gente à fonte, e não há nenhum problema com isso. Dentro do que a Marvel nos oferece periodicamente, é uma experiência fresca num Universo que luta por cativar a mesma atenção das três fases anteriores. Não é também um filme que incentive muito o re-visionamento, mas é um que convida a ser visto no grande ecrã se possível.

 

PS- De tudo o que o filme nos desafia aceitar, o pior conceito é termos Robb e Jon a amar uma “Cersei”…

 

 

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