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Cinema

Reminiscência: Jackman investiga a mente para encontrar o coração

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reminiscencia opinião

Uma coisa é certa: Hugh Jackman parece não resistir a Rebecca Ferguson a cantar e apaixona-se pela segunda vez. Irá haver uma terceira?!

Reminiscência é o mais recente projeto de Hugh Jackman, que, juntamente com as talentosas Rebecca Ferguson e Thandiwe Newton, se propõe a contar uma história de detetives misturada com romance e sci-fi. Para ajudar, Lisa Joy, produtora de “Westworld”, escreve e realiza um mundo que não lhe é estranho.

Barrister é um homem cujo trabalho é ajudar clientes a navegar pelas memórias do passado, permitindo revivê-las, e assim reencontrar alegrias e um mundo melhor. A chegada de Mae vem abalar o mundo pessoal e profissional, fazer questionar amizades, reviver o passado militar e até questionar a autenticidade de um grande amor. Há tons de “Westworld”, “Inception” e Blade Runner, numa clara homenagem aos tradicionais filmes noir de detetives.

Apesar do ambiente futurista, o aspecto sci-fi e até algo pós-apocalíptico de Miami serve apenas de fundo, já que o filme usa a tecnologia e a cidade inundada para dar um estilo diferente a uma história classicamente trágica. “Todos os finais são tristes, especialmente se o meio for feliz”, mas esta é uma história longe de ser particularmente feliz ou fatidicamente trágica. É antes uma história que almeja o complexo, em que nem tudo é evidente e precisamos de permanecer até ao fim por todas as respostas. Claro que o carisma de Jackman, a beleza e talento de Ferguson e o “no bullshit” de Newton ajudam, mas arrisco-me a dizer que o melhor do filme é Joy.

 

Esta é a primeira aventura de Lisa Joy no mundo do cinema, a escrever e realizar, e é para mim ela a grande vencedora do filme. Embora nem sempre as palavras estejam ao nível do trabalho de câmara, o visual é o que o distingue Reminiscência e lhe dá originalidade.

A apontar o maior defeito do filme, talvez seja a incapacidade de saber quando é que menos é mais. Há duas cenas com Jackman a afogar-se (e numa delas desafia qualquer lei de sobrevivência, até para um homem da marinha) e há diálogos que deviam ser mais pequenos e com menos exposição. O final é a última “martelada” no meu ponto, já que poderia ter acabado cinco minutos antes, sem recorrer a um grande salto temporário para mostrar o que já tinha ficado subentendido. A capacidade do espetador para desfrutar do filme fica intrinsecamente dependente se estes “pormenores” são importantes ou não.

 

Não é um filme que vá cultivar muita atenção, nem sequer é especialmente notável. Arrisco-me a dizer que o ritmo poderá até aborrecer alguns, mas é um filme bastante sóbrio do ponto de vista técnico, com representações que o elevam e uma história que interessa. Lisa Joy é definitivamente um nome a acompanhar com atenção no futuro. “Reminiscência” já está disponível na HBO Max.

 

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