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Misha Collins ator de “Sobrenatural” na Comic Con Portugal 2021
Há poucas bênçãos melhores para se iniciar um evento do que a presença física de um anjo. Se a isso adicionarmos um anjo guerreiro, temporariamente Deus e viajante de realidades e existências… bom, que mais podíamos pedir como nosso primeiro grande convidado?!
Misha Collins pode não ter encontrado o “The Golden Theatre” completamente cheio, mas encontrou um público conhecedor do seu trabalho e que acarinhou a sua presença. Desde a primeira edição da Comic Con Portugal que Misha era um dos nomes mais requisitados pelos fãs (além de Jensen Ackles e Jared Padalecki). Finalmente o desejo tornou-se realidade.
O anjo que entrou em “Sobrenatural”, com nome original “Supernatural”, para uma presença temporária e que acabou por ficar 12 anos, tornando-se praticamente um terceiro Winchester, “monopolizou” também o painel da passada quinta-feia, 8 de dezembro, e fez do palco a sua casa. Chamou para si o publico mais envergonhado que se sentava ao longe, chegou as cadeiras do palco para a frente e durante uma hora de círculo íntimo falou da sua vida pessoal e como ator!
Vindo diretamente da Alemanha, onde esteve numa outra convenção, seguiu o conselho de uma comunidade portuguesa de Massachusetts, degustou a gastronomia portuguesa e elogiou o facto de sermos um povo que acredita na ciência, salientando os nossos feitos ao nível da vacinação contra o Covid-19.
Sempre em jeito de brincadeira, misturado com alguns temas mais sérios, o ator demonstra que apesar do papel de Castiel lhe ter trazido tudo o que de bom tem na carreira, não receia ficar eternamente “agarrado” ao papel: “apesar de termos fãs muitos fiéis, “Sobrenatural” nunca foi visto por muita gente. Em Hollywood ninguém quer saber.”
Quando questionado sobre o desfecho da sua personagem, Misha mostra-se bastante satisfeito, “a série sempre foi sobre os irmãos, não queria que a minha personagem perturbar-se essa ideia”. Ainda assim, lamenta que a cena final da série não tenha sido a originalmente pensada, roubada pelas impossibilidades da pandemia. “A cena final era diferente. No Céu de Dean, a banda Kansas tocava “My Wayward Son” num bar e Sam encontrava Dean. A caminho do irmão, passava por mim e cumprimentava-me, feliz por reencontrar Castiel. Eu explicava que não era o Castiel, mas o Jimmy, e que Castiel tinha-se mesmo sacrificado. Teria sido um final muito bom para a personagem, mas eu gosto do que foi filmado.”
Com a atenção dividida entre o seu podcast, “Bridgewater”, escrever poesia, o trabalho como ativista, lutador por causas políticas, brincar com os filhos e a representação, Collins confessa-se constantemente dividido por diferentes amores e distrações, constantemente à procura de algo novo para fazer. Ainda assim, isso não lhe traz ansiedade, “faço o que me apetece”, esclarece.
Na despedida deixou um conselho de vida que quer passar aos filhos, e com o qual batalhou na juventude: “Não tens de ser responsável pela felicidade dos outros. Primeiro estás tu.”
Nós esperamos que um dia Misha Collins possa regressar ao nosso país, com mais tempo, para nos agraciar mais uma vez com a sua presença simpática, tranquila e celestial.
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