fbpx
Siga nossas redes sociais!

Destaques

The One – já viram esta produção de ficção científica com a participação de atores portugueses?

Imagem do avatar

Publicado

a

O que aconteceria se a tecnologia nos conseguia ajudar a encontrar a nossa alma gémea? A série The One nos apresenta essa hipótese: utilizar o ADN da pessoa para encontrar o par ideal.

The One

The One é uma série original da Netflix, de ficção científica e drama, constituída por uma temporada de oito episódios. Criada por Howard Overman, é baseada no livro homónimo de 2017 que foi escrito por John Marrs. Tem como protagonista Hannah Ware, mas uma das partes que mais se destaca é a participação de dois atores portugueses que interpretam irmãos: Albano Jerónimo e Miguel Amorim.

Rebecca Webb (Hannah Ware) é a CEO da empresa, que apresenta a oportunidade de encontrar o amor verdadeiro através de uma fórmula que ela descobriu e criou juntamente com o seu colega e amigo James Whiting (Dimitri Leonidas), que necessita apenas de uma amostra simples de ADN para emparelhar uma pessoa com a sua alma gémea através da avaliação dos genes. Será que tem algum fundamento científico? Para além disso, será que este serviço é totalmente eficaz ou tem os seus percalços que podem vir a trazer consequências? Inicialmente tudo parece estar a correr lindamente na vida de Rebecca, até que, um dia, aparece no rio um corpo que estava desaparecido há cerca de um ano que a identidade não é desconhecida para ela. Qual poderá ser a ligação desta morte com ela e com a empresa The One?

Rebecca Webb é uma empresária e cientista muito inteligente e ambiciosa, mas que também é uma pessoa poderosa, fria, calculista, imprudente, audaz e obcecada pelo controlo, capaz de tudo para conseguir aquilo que mais quer. Ela tem aparentemente uma vida perfeita com uma carreira bem-sucedida, mas, se calhar, nos bastidores não é bem o que acontece: esta mulher de negócios esconde muitos segredos. Será que alguém os vai descobrir e colocá-la em risco? E a sua reputação, estará em risco?

Pode conter spoilers!

Através da sua empresa de sucesso, The One, ela já uniu milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, utilizando a ciência e um simples fio de cabelo como amostra de ADN para assim, encontrar o match perfeito para aqueles que fazem o teste, cuja resposta é revelada em meros dias. Durante um painel numa das suas tours de divulgação, Rebecca apresenta o seu produto com um discurso implacável, mostrando o seu talento nato para falar diretamente com grandes audiências que impulsiona e faz com que o ser humano tenha vontade de experimentar aquilo que ela oferece que neste caso é utilizar um procedimento de emparelhamento, cujo objetivo é saber quem é o seu par ideal para que venha a ter uma vida feliz em conjunto com essa pessoa.

Enquanto faz o seu discurso, Rebecca incentiva não só a mente das pessoas, mas também as suas emoções, convencendo-as de um modo eficaz quem está a ouvi-la. Como será que Rebecca conseguiu alcançar todo este sucesso?

Para conseguir chegar aquilo que queria, Rebecca nem sempre tomou as melhores decisões, fazendo com que prejudicasse os outros à sua volta. Toda esta pesquisa começou com Rebecca e James que conseguiram colocar em prática um sonho que parecia impossível de se realizar. Muitas das escolhas desta dupla podem vir a assombrá-los no futuro, principalmente aquelas que estejam relacionadas com Ben (Amir El-Masry), um amigo que têm em comum, sendo que James acabou mesmo por se afastar e isolar-se. Através de flashbacks temos a oportunidade de ver os dois lados bem opostos da maneira de ser de Rebecca. Infelizmente, o público acaba por não apreciar as atitudes de Rebecca que faz o que for preciso para obter aquilo que quer e por isso o espetador acaba por não criar qualquer tipo de empatia com ela.

Como funciona o serviço fornecido criado pela empresa The One?

Como referido anteriormente, este serviço tem a capacidade de descobrir quem é a pessoa compatível consigo, de acordo com a sua genética que vai partilhar um amor verdadeiro a dois, sendo que utiliza o ADN para que possa funcionar, uma fórmula química criada pela Rebecca e James e uma base de dados que contém todas as informações genéticas da população que já resolveu testar esta tecnologia.

Este é um teste científico que foi criado pela empresa privada The One e o resultado é obtido a partir de informações que são recolhidas e analisadas através de amostras de ADN e assim têm a possibilidade de emparelhar duas pessoas, em que basta juntar os genes de cada uma. É tão fácil pegar num cabelo em que fornece o ADN, preencher um questionário e enviar a amostra para que possa ser testada nos laboratórios de The One, sendo que passado uns dias, a pessoa recebe o resultado e fica a saber quem é o seu par perfeito.

Ao longo dos episódios vão sendo apresentadas cenas em flashbacks para ficarmos com a noção de qual foi a origem não só deste projeto inovador, mas todo o procedimento envolvente que contém testes, cuja explicação científica é certamente, curiosa e incluindo também, a criação da empresa em si que acabou por valer uma fortuna. Como será que tudo começou? Foi relativamente simples ou teve alguns obstáculos pelo caminho?

The One tornou isso possível e garante a certeza de que quem experimentar vai encontrar o seu amor verdadeiro e é tão fácil de aceder e pertencer a esta base de dados extensa, em que cada um tem esperança de ter a sua companhia perfeita e um amor à primeira vista. O que não vai faltar são pessoas a aderirem que têm de lidar com os efeitos de terem participado no teste criado por esta empresa, fazendo com que aumente significativamente o número de divórcios. Mas qual é o impacto e a influência que uma tecnologia como esta pode ter na vida da sociedade, sejam elas solteiras ou mesmo casadas? Como é que pode interferir na forma como nós encontramos a pessoa que é a tal? De que forma pode influenciar os relacionamentos da atualidade?

Já imaginaram como iria reagir a população se isto existisse na realidade? Em algumas situações poderia não dar muito bom resultado e até prejudicar mais do que beneficiar, pois pode vir a causar vários danos a muitas pessoas. Nem todos vão concordar com esta invenção, em que alguns vão protestando à entrada do edifício do The One. O medo que existe para algumas pessoas de ficarem sozinhas e não conseguirem encontrar o amor é mais forte do que se poderia imaginar e quando alguém apresenta uma solução tão simples e prática, é normal que a pessoa adira num ápice. Será que o público estaria disposto a fazer uma mudança radical na sua vida para que fique com alguém que segundo os seus genes é a pessoa certa para viver o resto da sua vida?

Também acompanhamos a história de Hannah e Kate que têm algo em comum

Para além de ficarmos a saber de todos os acontecimentos que acabam por estar relacionados com o sistema da The One com explicações sobre o seu funcionamento e as consequências que pode vir a ter na vida das pessoas, também temos a oportunidade de conhecer mais sobre a vida de Hannah e Kate que têm a sua própria ligação com este teste.  

Uma das formas do impacto que isto pode ter na vida das pessoas é representado no relacionamento entre Hannah (Lois Chimimba) e Mark Bailey (Eric Kofi-Abrefa).

Hannah acredita que falta algo no seu casamento e numa altura que vai tendo dúvidas e inseguranças sobre a sua relação e com medo de perder Mark, ela resolve fazer às escondidas, o teste utilizando uma amostra do seu marido e assim, descobrir se ela é a pessoa perfeita para ele ou se existe outra. Depois de obter o resultado de que afinal havia outra que era a tal para ele, Hannah resolve conhecê-la e tentar perceber o que pode ter que ela não tem, fazendo parte da vida desta mulher, mas será que isto vai resultar bem para o seu casamento ou a sua paranoia vai colocar a sua relação com Mark em risco? Como será que Mark vai reagir quando souber a verdade?

Como Hannah quer arranjar formas de agradar mais ao seu marido e tem receio que um dia ele faça o teste do The One e depois a deixe para conhecer a pessoa que daria como compatível com ele. Ela acaba por se tornar amiga do match de Mark que é sem dúvida, algo inédito e estranho de acontecer. São atitudes exageradas desta personagem que sofre em silêncio, mas que em certos momentos tem comportamentos irritantes e que até podem ir longe de mais.

A série também desenvolve a história de Kate Saunders (Zoë Tapper) que é a detetive responsável por investigar uma misteriosa morte de um corpo que foi encontrado no rio, um ano após o seu desaparecimento que acaba por ser identificado como Ben, amigo de Rebecca e James. Será que a morte de Ben pode estar diretamente relacionada com a empresa The One, cuja líder é Rebecca. Será que existe uma ligação e esta agente vai conseguir resolver este crime?

Kate Saunders é bissexual que também é uma das clientes que fez o teste, sendo que encontrou a pessoa perfeita para si, mas que tem um feitio completamente diferente do seu. Ela é emparelhada com uma pessoa que vive num local distante e que ainda não teve a possibilidade de a conhecer pessoalmente. Um dia, o seu par ideal vem visitá-la a Londres, mas infelizmente quando está a deslocar-se para o seu primeiro encontro com Kate, uma tragédia acontece e ela sofre um acidente, ficando num coma.

Para além disso, Kate fica a saber que apaixonou-se por uma mulher que já é casada. Mesmo assim, ela dedica-se a alguém que é o seu match, mas que lhe escondeu muitos segredos e que não conhece, ao mesmo tempo que descobre mais sobre o seu passado.

A série não seria a mesma se não fosse pela participação de dois atores portugueses que se destacam

Albano Jerónimo interpreta Matheus Silva que neste caso é o match de Rebecca, pois ela antes de lançar o seu projeto resolveu testar em si mesma para ver se realmente funcionava e foi assim que conheceu a sua alma gémea.

Matheus é um surfista muito bem-disposto e simpático que tinham uma ligação com Rebecca e quando está em Londres sente-se à parte, sendo que ele tem uma relação de altos e baixos com Rebecca que não lhe dá o valor merecido. Fábio (Miguel Amorim) é o irmão de Matheus que é problemático, instável e com um vício em drogas que se farta de arranjar sarilhos.

Estes irmãos vivem em Tenerife, Espanha que conseguiram trazer uma cumplicidade bem natural e divertida, através dos seus diálogos bem engraçados e cativantes ditos em português de Portugal que infelizmente não tiveram as suas histórias tão desenvolvidas quanto outras personagens. Gostaria de ter visto mais a origem desta dupla e o amadurecimento que foram tendo nos últimos anos.

Existe uma dificuldade no espetador se identificar e criar empatia com as personagens desta história, sendo que aquele que acabou por criar alguma ligação com o público foi sem dúvida, Matheus que para mim foi uma das grandes vantagens desta série.

Uma maratona rápida de oito episódios

The One é uma série com suspense, crime, drama e romance que tem um mistério ligeiro e que vai dando as suas pistas para que seja resolvido. Esta faz lembrar um episódio de Black Mirror que também aborda um tema semelhante que é a influência que a tecnologia pode ter nas relações amorosas e os efeitos que pode vir a trazer para a sociedade.

Pode não ser um tema totalmente original, pois já foi abordado noutras produções, mas não deixa de ser interessante de se acompanhar e ver uma versão numa possibilidade que pode muito existir num futuro próximo, quem sabe. Até que há um ou outro momento que consegue surpreender com alguns dos seus acontecimentos e peripécias que fazem com que se crie alguma curiosidade em querer saber o caminho pelo qual vão seguir, mesmo que possam haver algumas situações mais previsíveis ou exageradas.

A história em si tem um ritmo próprio com conflitos e dilemas pelo meio que é muito fácil de se acompanhar numa maratona rápida, sendo que poderia ter sido melhor explorada ou feita de outra forma, pois tinha os ingredientes necessários para se tornar num produto final surpreendente, mas o espetador fica com a sensação que falta algo e infelizmente as personagens não cativam da forma que estaríamos à espera quando optamos por ver uma série nova e existe também uma falta de equilíbrio no seu argumento.

Supostamente, segundo esta série para encontrar um amor verdadeiro temos simplesmente de acreditar e de depender da ciência. Isto vai criar um impacto de como as pessoas passam a definir os relacionamentos e traz uma visão de que é bem possível de acontecer num futuro próximo e como cada vez mais a humanidade está dependente da tecnologia e por vezes isso pode se tornar assustador em algumas situações. De certa forma, a pessoa até começa a refletir o que poderia acontecer se isto se concretizasse num futuro não muito longe e se realmente funciona.

Num geral, valeu a pena ver, sendo que acabou por entreter. Estes oito episódios deixa-nos com uma mensagem de reflexão e com possíveis questões que até fazem sentido que sejam feitas e também termina numa forma que ficam perguntas por responder que podem levar a uma continuação, caso haja uma próxima temporada com possibilidades infinitas de alternativas do que pode vir a acontecer.

Publicado por: Ana Calado

Autêntica geek, principalmente com tudo relacionado com filmes e séries. Esta é uma das minhas grandes paixões, de tal forma que eu resolvi criar um blog, onde partilho  minha opinião sobre o que vejo do universo dos filmes e das séries: A Geek Traveller.


Conhece a loja oficial da cultura pop

Autêntica geek, principalmente com tudo relacionado com filmes e séries. Esta é uma das minhas grandes paixões, de tal forma que eu resolvi criar um blog, onde partilho a minha opinião sobre o que vejo do universo dos filmes e das séries: A Geek Traveller.

Mais artigos