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Auga Seca – 2ª Temporada | Será que vai tudo por auga abaixo?
A série luso-espanhola protagonizada por Victoria Guerra regressa com mais atores portugueses, mais tráfico de armas e mais perseguições.
A nova temporada desta série ibérica regressa com mais episódios quentinhos sobre uma rede de tráfico de droga, ouro e até branqueamento de capitais. Ai, esperem aí… Lá estou eu outra vez a confundir a ficção com a realidade! É que numa semana em que foi revelada a Operação Miríade, uma rede de tráfico de diamantes liderada por ex-militares e militares a operar na missão portuguesa na República Centro Africana, esta estreia da ficção nacional e galega não podia vir mais a calhar. Aliás, até parece que foi combinado!
“Auga Seca” é uma produção Portocabo (Espanha) e SPI (Portugal), com a participação da RTP e da Televisão da Galiza e, desta vez, realizada a duas mãos. A Toño Lopes junta-se o português Sérgio Graciano, um dos realizadores de Televisão e Cinema mais prolíficos no panorama nacional (“Último a Sair”, “Filha da Lei”, “A Generala”, só para mencionar algumas das séries).
A primeira temporada revolve acerca da morte de Paulo Duarte (João Arrais) e da incessante busca por parte da sua irmã Teresa Duarte (Victoria Guerra) pelo verdadeiro culpado do crime, que inicialmente se pensava um suicídio. Paulo viu-se envolvido numa rede de tráfico de armas e acabou morto no porto onde trabalhava, em Vigo. Teresa parte de Lisboa precisamente para Vigo onde é ajudada pelos Inspectores Viñas (Sergio Pazos) e Gabriela (Cris Iglesias) na sua investigação.
A jovem portuguesa decide infiltrar-se na empresa para quem o seu falecido irmão trabalhava, de modo a conseguir montar as peças do puzzle. Esta é liderada por Mauro Galdón (Monti Castiñeras), um amigo da família Duarte. Irene (Eva Fernández), a sua mulher, Fran e Silvia (Paloma Saavedra), os filhos do casal, completam a família Galdón.
Só que Teresa não sabe um pequeno pormenor: é Mauro quem está por detrás da rede de tráfico que acabou por ser a razão da morte do seu irmão. Teresa não só se foi meter na boca do lobo, como já almoçou e privou na casa do lobo, e é, inclusivamente, por mais que custe acreditar, a afilhada do próprio lobo. Mas Teresa não é nenhum carneiro mal morto que se deixe facilmente apanhar.
O esquema de Mauro é simples. Lázaro (Adriano Luz) envia armas de Portugal para o porto de Vigo. É através da maquinaria da “auga seca”, um projeto de Fran que visa acabar com a seca nas regiões secas africanas, que este consegue esconder as armas que depois são enviadas em contentores para Angola onde serão posteriormente vendidas.
No final da primeira temporada, Fran tenta descobrir porque é que a maquinaria da auga seca não está no armazém indicado e é morto a tiro por Abel Furtado (Igor Regalla), um sicário de Lázaro, segundos antes de revelar aos Inspectores tudo aquilo que descobriu.
E assim se inicia a nova temporada. A família Galdón, fragilizada pela morte de Fran, e com a Polícia cada vez mais perto da verdade, tem de procurar novas formas de levar os seus esquemas… a bom porto.
A Polícia procura pelos cúmplices de Paulo e Leo (Adrián Ríos). O cerco começa a apertar em torno de Silvia e fica cada vez mais óbvio para todos a sua ligação a Leo (que agora está na cadeia) e ao “negócio de família” dos Galdón. O seu historial com os Inspectores não é o melhor, uma vez que já não é a primeira vez que lhes oculta informação (Silvia mentiu sobre a sua relação com Paulo). Será que a proteção dos seus pais será suficiente, quando também eles, mais cedo ou mais tarde, começarão a ser alvo do escrutínio do Inspetor Viñas e companhia, e de Teresa?
Nos primeiros dois episódios que já estão disponíveis já surgiram mais alguns nomes portugueses de peso. Gonçalo Waddington (Tiago), Tomás Alves (Nuno), todos de alguma forma relacionados com os esquemas de Lázaro. No segundo episódio tivemos ainda um pequeno vislumbre de Pepê Rapazote (João) numas fotos de festividades partilhadas pelas famílias Galdón e Duarte. Será que João também está envolvido nos esquemas ilegais da família Galdón?
Não sou uma fã incondicional deste género de séries policiais. Vi a primeira temporada com alguma reticência e confesso que houve algum esforço da minha parte para a acabar. Para além de não ter muito interesse na história, faltava ainda algum ritmo entre as cenas, sentia tudo muito parado. No entanto, ao visionar estes dois novos episódios que já saíram, tenho de ressalvar a melhoria na qualidade do produto final, principalmente no que toca à Direção de Fotografia. A segunda temporada apresenta uma fotografia mais cuidada e mais cinematográfica, fazendo com que me envolvesse mais em todo o drama policial a decorrer.
Para saberem o que os restantes 6 episódios nos reservam, podem acompanhar a segunda temporada de “Auga Seca”, e/ou rever a primeira, na RTP e na HBO Portugal.
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