O Agente Americano – Em quem podemos confiar?

Existe aquela curiosidade quando sai um novo filme thriller com os mistérios em que uma das entidades envolvidas é, por exemplo, a CIA. O Agente Americano estreou em Portugal a 18 de julho e confesso que o plot inicial já é o suficiente para haver um mínimo de interesse em ver a longa-metragem.

O início do fim

A história atrai o espectador desde momento em que Ben Malloy (Aaron Eckhart) e John Branca (Alex Pettyfer) entram em cena. O facto de os vermos a trabalhar numa missão foi uma boa ideia para começar a história e de nos prendermos ao mundo onde eles vivem.

O facto de ter sido logo poucos minutos depois a perda da mulher de Ben funcionou muito bem: conhecemos as personagens, o seu mundo e vermos de antemão uma das piores partes da profissão. Quando a explosão se dá no café em Budapeste, ainda com Farrah (Laetitia Eido) no estabelecimento, percebeu-se que aquele seria o ponto de viragem e que a partir dali tudo seria diferente.

Queriam mesmo eliminar Farrah?

Que inimigos haveriam de fazer isto? Eram inimigos dela ou de Ben?

Estamos fixados em várias perguntas relativamente ao acontecimento, no entanto, tudo se torna ainda mais complexo quando vemos os inquéritos a que Ben está a ser alvo. Este foi um dos pontos de viragem para que se percebesse que que nada era tão linear e que toda a gente era suspeita.

Não se pode confiar em ninguém

Esta foi uma das grandes premissas do filme. Sinceramente não consegui dar a mão à palmatória a ninguém a não ser  a Desmond (Jonathan Ajayi), que foi das poucas pessoas que genuinamente estava a tentar ajudar Ben. Acho que em John, por exemplo, sempre se notou como a sua amizade e companheirismo não era de todo verdadeira.

Alex Pettyfer, por acaso, foi dos atores que mais me impressionou, especialmente porque recordo mais os filmes dele de romance e comédia. Este seu modo diferente de atuação funcionou muito bem, tornando-o um bom antagonista.

É aquele tipo de filme mete à prova os nossos instintos e tentamos descobrir quem são as personagens que podemos confiar. Enquanto isso, procuramos a verdade e saber quem está por detrás de tudo e ao mesmo tempo vamos descobrindo todas as pontas soltas.

Por Joana Americano