Cinema
The Color Purple: Análise
Em 1982, a escritora Alice Walker publica o livro “The Color Purple”, que conta a história de uma jovem negra de 14 anos que trata da vida difícil de Celie, entre abusos pelo pai e posteriormente pelo marido, que depois encontra força e empoderamento. Tratando de temas como racismo, sexismo, abuso e busca por liberdade e identidade, este livro ganhou um Pulitzer de Ficção no ano seguinte.
Passados 3 anos, é lançado um filme com o mesmo nome de Steven Spielberg, e escrito pela mesma escritora do livro. O filme gerou logo polémica, quando de 11 oscars, não venceu nenhum. Sendo até considerado por muitos, o melhor filme daquele ano, até mesmo pelo famoso crítico Roger Ebert.
Eis que então, após 39 anos, o realizador “Blitz the Ambassador” traz uma nova versão desta história para os cinemas, com produção de Oprah Winfrey e Steven Spielberg.
Analisando o filme, e falando da perspetiva de um não-espectador do filme original, a comparação entre as duas obras não existe. Mas como um filme “único”, (pelo menos na minha perspetiva), ele consegue ser bastante sólido e impactante. O espectador é várias vezes confrontado com imagens emotivas e duras, no que toca à injustiça racial e de género.
Este filme apresenta-nos uma Georgia em 1909, onde a adolescente Celie Harris (Fantasia Barrino) é constantemente abusada pelo pai Alfonso (Deon Cole), engravidando por 2x, mas sem poder ficar com os filhos. Celie é também obrigada, pelo pai, a casar com um fazendeiro local de nome Albert “Mister” Johnson (Colman Domingo), que acaba por ser igual ou pior que o pai, batendo nela e abusando-a várias vezes. Inclusive, após o pai de Celie abusar também da sua irmã Nettie, a mesma tenta encontrar refúgio na casa da irmã, mas onde o seu “cunhado” acaba por tentar abusar dela e quando não consegue, expulsa-a de casa, afastando as irmãs.
Este musical se desenrola então na história de superação de Celie enquanto sofre pela separação da sua irmã. Com ajuda de outras mulheres, Shug Avery (Taraji P. Henson) e Sofia (Danielle Brooks), Celie encontra forças para se revoltar contra o seu marido e conseguir uma vida decente e respeitável. O longa aborda esta jornada com muita música e coreografias interessantes, tentando libertar a parte mais audaz e “feliz” de Celie, relembrando os ensinamentos que a irmã lhe deu, lidando com uma América racista enquanto descobre o que é ter, realmente, uma vida.
Assim como é descrito o livro, este filme é uma obra feminista que, muito emocionante que tra´s ao de cima um retrato brilhante de uma mulher, marcada pelas adversidades à feminilidade negra. Para ajudar a este guião muito bem elaborado, o filme ainda conta com atuações de peso, tendo Taraji P. Henson, Danielle Brooks e Colman Domingo, a brilharem. Uma destas interpretações é tão incrível, que rendeu uma nomeação de Melhor Atriz Secundária nos Oscars, a Danielle Brooks. Apesar de não estar nomeado para tantos Oscars como o filme de 1985, a única nomeação que conseguiu, parece ter forte probabilidade de conseguir uma estatueta.
As componentes técnicas estão igualmente muito boas, com a banda sonora a ser o grande destaque, colocando a cor, o brilho e o sentimento de liberdade em cada nota e passo de dança. Com certeza dos melhores filmes de 2023, e dos mais impactantes.
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