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Carnival Row T2 – A fantasia chegou ao fim
A série sobrenatural, que junta criaturas mitológicas e humanos, chegou ao fim após duas temporadas.
Esperamos três anos para a segunda e última temporada de Carnival Row, série da Amazon Prime que junta Orlando Bloom e Cara Delevigne nos principais papéis. Num país fictício de fantasia, chamado Burgue, é apresentada de forma evidente uma guerra discriminatória entre humanos e seres sobrenaturais, como fadas e faunos. Seres esses cujas terras foram invadidas sem qualquer compaixão, e realojados no Row. Este é um lugar sombrio que agrupa as diferentes criaturas, com uma sociedade muito degradada e muitas dificuldades de sobrevivência. Na primeira temporada, o preconceito racial, as questões de classe e xenofobia foram os temas maioritariamente retratados. No entanto, a segunda temporada foca-se nas revoltas políticas de uma população oprimida, que procura por melhores condições de vida enquanto uma misteriosa doença ameaça a existência dos seres mitológicos.
Cada personagem principal tem a sua própria causa de luta, e talvez seja o que falhou nesta temporada. Não existe um objetivo em comum e as personagens quase não se encontram, dispersando totalmente a narrativa da série. De um lado temos Philo (Orlando Bloom) um polícia que abdicou do posto por ser mestiço e devido ao amor por Vignette, uma fada refugiada (Cara Delevingne). Philo é convocado para investigar uns misteriosos crimes que vão acontecendo no Burgue enquanto Vignette se alia de alma e coração aos rebeldes Corvos Negros, que lutam pelos direitos de igualdade na sociedade. Este casal pouco tempo de ecrã ofereceu aos espectadores e a química entre ambos foi quase inexistente. As personagens John e Sophie juntam-se numa conspiração política e a fada Tourmaline desenvolve um poder sobrenatural que não quer aceitar. As personagens Agneus e Imogen, que apresentam o melhor arco da segunda temporada, decide viver um amor proibido em alto mar por ele ser um fauno ricaço e ela uma nobre falida com regras a cumprir. Contudo a captura destas personagens por um grupo inimigo, abala a estabilidade do casal.
O estilo vitoriano neo-noir com um toque de steampunk mantém-se, onde os ambientes escuros e cenários com pouca luz são predominantes. A ação é maior, comparando com a primeira temporada, e o uso da violência também. A sociedade de seres mitológicos luta com as poucas forças que tem contra os opressores humanos, que os aprisionaram sem comida, água e condições médicas necessárias. Cada episódio termina de uma forma apelativa que, como espectador, nos faz querer ver mais e mais. Os primeiros episódios são confusos, dando a entender que se passaram anos desde o último episódio. Contudo à medida que a história vai avançando, ficamos cada vez mais conectados à narrativa.
O inimigo principal já não é as divergências entre os humanos e os seres mitológicos. Na verdade, temos dois perigos iminentes: A Nova Alvorada, um novo grupo de rebeldes que segue cegamente a sua líder, Leonora, e os Sparas, criaturas assustadoras e carnívoras com raiva a humanos, que mudam de forma. Durante estes conflitos, as personagens principais estão sujeitas a muitos perigos e não vão descansar um segundo durante os 10 episódios. Amizades vão ser postas à prova e decisões difíceis terão de ser tomadas para solidificar uma sociedade quebrada. O último episódio contém o conflito final, como seria de esperar, com muitas reviravoltas surpreendentes. Uma ação com estratégia, onde as diferentes criaturas lutam para sobreviver e não ficarem encurralados numa autoridade política massacrante.
“Carnival Row” terminou da melhor maneira e, apesar das dificuldades, até conseguiu um final feliz. Não há muita manobra para uma nova temporada, mas pode ainda acontecer. Para já temos um final com um desfecho definitivo, e ainda bem.