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Festivais de Verão estão de regresso

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Após um hiato de três anos devido à pandemia, o festival de verão está de volta em um cenário de aumento dos custos das matérias-primas para os organizadores do festival que enfrentam a recuperação com entusiasmo e expectativas positivas.

 

O NOS Primavera Sound abriu oficialmente o seu festival de música de verão no passado fim-de-semana. A época que o público português tanto ansiava. 2022 marca o regresso dos festivais de verão após anos de incerteza devido à crise sanitária provocada pela covid-19, progressos e retrocessos na organização dos eventos.

A julgar pelo NOS Primavera Sound deste ano, o entusiasmo é evidente. Mais de 100.000 pessoas passam pelo Parque da Cidade do Porto para assistir a concertos de bandas como Gorillaz e Interpol, ou assistir a atuações ao vivo de Nick Cave e Bad Seeds. A temporada de festivais de música de verão acontecerá no Rio de Janeiro entre este fim de semana e o próximo fim de semana.

O atual contexto social, económico e até geopolítico cria novas dificuldades para sediar um festival dessa envergadura. “O desafio foi planear com mais antecedência do que o costume, para garantir que os fornecedores conseguiam fazer as entregas necessárias, que houvesse a matéria-prima necessária, mão-de-obra disponível” disse Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio. “O que fizemos foi fechar os contratos com os principais fornecedores ainda em Novembro, Dezembro do ano passado. Também dividimos mais as entregas entre empresas diferentes. Em vez de as concentrar só em grandes players, entregámos palcos e cenografias para empresas diferentes para ter a certeza de que eles conseguiam chegar lá, porque a indústria está muito desmobilizada. Se fosse tudo em cima da hora, eles não iam conseguir porque não têm mão-de-obra”, explicou.

Essa expectativa pode ser reduzida através do “impacto dos custos com os aumentos que surgiram com a guerra, porque os contratos já estavam fechados”.

Álvaro Covões, diretor da Everything Is New, que organiza o NOS Alive, admite que a preparação da edição deste ano “não foi fácil” devido ao aumento dos custos. “Temos conhecimento de que alguns festivais não subiram os preços dos bilhetes e, portanto, não puderam aumentar as suas receitas, e que não estão a ter os resultados esperados. Muitos foram negativos”, referiu. O responsável da Everything Is New sublinhou a resiliência demonstrada pelo sector, que “foi uma surpresa”. A ideia do promotor é que o sector resistiu.

Esta capacidade saudada por Álvaro Covões pode ser explicada pelas sucessivas crises que o país enfrentou nos últimos anos. “Nós, em Portugal, andamos em crise há tantos anos. Talvez sejamos o povo na Europa mais bem preparado para enfrentar dificuldades. Para nós, eventualmente, não está a ser tão duro como noutros países”, salientou.

Tendo em conta o intervalo de três anos, os organizadores também prepararam festivais e espaços para proporcionar uma melhor experiência ao público. Luís Montez da Música no Coração destaca as vertentes experienciais dos seus festivais – Brisa Beach Party, Sumol Summer Fest e MEO Sudoeste, para citar alguns.

“Os meus festivais incluem muita experiência porque têm o camping e, de facto, preocupamo-nos cada vez mais com a experiência e com os cuidados a ter, a sustentabilidade. O nosso público é muito sensível a essas matérias”, destacou. “Nós trabalhamos para que as pessoas fiquem com uma boa memória da sua ida ao festival.”

Os promotores dos três festivais têm expectativas positivas para a temporada deste ano. E o entusiasmo do público percorre os promotores e staff que preparam o local para o festival. “A minha equipa está muito entusiasmada. Estava desejosa de ir para o terreno montar festivais”, revelou Luís Montez.

A ideia é partilhada por Roberta Medina. “Cada dia de montagem tem sido um prazer e trabalhámos muito desde o segundo adiamento para termos mais diversões na Cidade do Rock, maior presença de artistas. Temos um line-up de chefs, line-up de sucessos do digital, temos line-up de bandas, de DJ, de pessoas do gaming. Acho que o Rock in Rio é, este ano ainda mais, um grande retrato da sociedade portuguesa”, assinalou.

Para Álvaro Covões, o regresso é “uma sensação muito positiva”. Lembrando que “faz parte da nossa vida chegar ao Verão e ir a um festival”, o diretor da Everything Is New comparou esta retoma a um sonho. “É como quando acordamos de um sonho e o sonho é real. É bom quando sonhamos e as coisas estão a acontecer”, enfatizou.

Nos próximos meses, não faltarão eventos para os festivaleiros perderem após um hiato de três anos e curtirem a música ao vivo como de costume.

 

 

 

 

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