BD & Literatura
Quem é António J. Gonçalves?
No dia 22 de maio comemora-se o Dia do Autor Português, aliado a isso vamos dar a conhecer a vida e obras do convidado português de banda desenhada da Comic Con Portugal 2022: António Jorge Gonçalves.
Ilustrador, autor de banda desenha, caricaturista, cenógrafo, designer gráfico e docente, António Jorge Gonçalves nasceu a 19 de outubro de 1964, em Lisboa. É licenciado em Design de Comunicação, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, e fez mestrado em Cenografia para Teatro, na Slade School of Fine Art, em Londres.
O interesse pelo desenho surgiu desde muito cedo, tendo colaborado ativamente em Fanzines, como o Graphic, que criou em 1978, e o Boletim (do Clube Português de BD), entre muitos outros. Foi também nos jornais que escreveu a sua arte, como A Capital, Correio da Manhã e Diário Popular (suplemento “Tabloide”), através de curtas histórias em BD.
No ano de 1989, elaborou uma história de Banda Desenhada sobre a cidade de Lisboa para o projeto Eurovisioni – Viaggio a Fumetti Tra le Cittá d’Europa (exposição e álbum) a convite da Câmara de Milão Itália sobre diferentes cidades europeias, onde participaram autores de renome: Milo Manara, Van den Boogaard, Buzelli, Dino Crepax, Mattotti, Serge Clerc e Mariscal.
Desde ilustração editorial, cartoon político e performance visual, o trabalho de António Jorge Gonçalves envolve também a escrita de diversos livros de banda desenhada, novelas gráficas, diretor visual em várias peças de teatro e criador de projetos. Em 2014, recebeu o Prémio Nacional de Ilustração pelo livro Uma Escuridão Bonita, de Ondjaki.
Na banda desenhada destacam-se a premiada série FILIPE SEEMS (com Nuno Artur Silva) – cujo album “ANA” é apontado como um ponto de viragem na bd nacional – e as inovadoras novelas gráficas “A ARTE SUPREMA” e “REI” (com Rui Zink). Teve histórias expostas e publicadas em Portugal, Austrália, Coreia do Sul, Espanha, França e Itália.
O seu trabalho mais visível é, neste momento, o cartoon político de tom contundente que desenha todas as semanas para O INIMIGO PÚBLICO (jornal PÚBLICO), pelo qual já foi premiado no WORLD PRESS CARTOON.
Criou cenografia para várias peças de teatro, entre as quais O QUE DIZ MOLERO e ARTE (encenações de António Feio), O DONO DO NADA (de Amélia Muge), ou COMO FAZER COISAS COM PALAVRAS (com Ricardo Araújo Pereira).
Nos últimos anos, encontrou no Desenho Digital uma maneira de dar aos seus traços um carácter performativo. Integrou vários espetáculos em Portugal, França, Alemanha, Japão e EUA com músicos, actores e bailarinos, entre os quais, Armando Teixeira, Kalaf, Amélia Bentes, Amélia Muge, Micro Audio Waves, Gino Robair, Gustavo Matamoros, Ellen Fullman, Mário Laginha e Bernardo Sassetti.
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