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EPOPCULTURE SUGERE “THE BOYS”
Dentro do universo de super-heróis, bem sei que já estamos recheados de conteúdo de qualidade: desde o MCU que se tem revelado um verdadeiro sucesso, aos filmes e séries baseados nas histórias da DC Comics e até algumas produções independentes destas duas gigantes como o The Umbrella Academy da Netflix, mas quero apresentar-te aquela que me fez comprar a mensalidade do Amazon Prime Video (sim é bom a esse nível) e que vai decerto fazer-te olhar para os seres com superpoderes de uma perspetiva completamente diferente.
Estou a falar de The Boys, a série irreverente como só ela consegue ser, com uma pitada de sarcasmo, ironia e muitos, muitos momentos sem censura à mistura. Aqui vemos a verdade nua e crua do que seria o outro lado da moeda, ou seja, aquilo que os super-heróis são no seu fundo, quando não estão a salvar o dia. Esqueçam tudo o que aprenderam ou viram até agora sobre eles, porque o que vão descobrir nesta produção, vai mudar completamente a vossa perspetiva.
Começa aqui a desconstrução do significado do que implica ser um semideus e se analisarmos bem estamos até muito acostumados a ver efetivamente um rol de destruição em volta da ação que nos leva ao esperado final feliz onde o vilão é finalmente derrotado em qualquer produção do género. Danos colaterais, certo? Mas como é que isso se aplicaria no mundo real? Esta é a primeira premissa desta série, onde assumimos a pele de Hughie Campbell (Jack Quaid), um cidadão normal, que vive a sua vida aborrecida no centro da cidade e assume que o seu propósito de vida vai ser aquele para sempre: casa, trabalho, uns copos com os amigos aqui ou ali, casar e ter filhos com a namorada Robin. Mas é aqui que as coisas ficam feias.
Robin acaba por ser um dano colateral num dia normal para um super-herói. Afinal, a frase “vale tudo para salvar o mundo”, parece-nos bastante redutora quando nos calha a nós correto? E entre este fatídico acontecimento, até começarmos a ver como “Os Sete” são fabricados para serem peças de marketing pela Vaught Internacional e que no fundo de heróis têm muito pouco, desvenda-nos ao longo dos episódios o quão sem escrúpulos ou sem consciência e moral são fora daquela máquina fabricada, apesar de claro, na superfície serem idolatrados pelo público. Aliás, basta-nos um episódio para perceber automaticamente que esta jornada vai ser tudo menos pacífica. Mas felizmente, Hughie tem um aliado que já sofreu na pele o que é ser uma peça fora do puzzle, Billy Butcher, interpretado por Karl Urban que faz aqui um dos papéis que melhor lhe assenta: um homem rude à primeira vista, mas muito leal aos seus quando se observa uma segunda vez. Há muito mais do que os olhos veem nesta personagem e assistir ao seu crescimento ao longo das temporadas tem sido sem dúvida um dos momentos mais altos desta série.
Juntando a isto efeitos especiais completamente deslumbrantes e cheios de detalhe, em slowmotions propositados para embelezar cada cena merecedora de destaque, a cereja no topo do bolo é mesmo a crueldade como muitas das coisas nos são apresentadas no ecrã: uma verdade que custa a engolir, mas realidade nem sempre é bonita, certo? E não seria surpresa se revelasse que o seu criador é nada mais nada menos que Eric Kripke, argumentista de Supernatural e já foi anunciado que Jensen Ackles irá participar na próxima temporada.
Perfeita para uma boa sessão de binge watch pelo fim-de-semana prolongado dentro, The Boys é a série que não sabíamos que precisávamos, mas que não conseguimos largar. Um exclusivo Amazon Prime Video que verá a sua terceira temporada já no próximo dia 3 de junho.
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