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Cinema

SHERO: AS MULHERES DA CULTURA POP

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 Mulheres que são o que e quem elas quiserem!

Ao longo dos tempos assistimos a um conceito estereotipado de mulher com um rótulo de sexo frágil ou como aquelas que devem ser protegidas. A verdade é que esse estigma cada vez mais se dissipa e muito devido à emancipação da mulher. Hoje em dia é cada vez mais fácil ter uma voz ativa, ter uma opinião, ter uma lugar no mundo de influência e poder. Mas como é que estes fenómenos acontecem? Como é que esta tendência de empoderamento feminino se torna uma realidade bem assente?

A resposta é fácil: referências.
Acreditamos que uma mulher forte encoraja e inspira outras mulheres a o seremWomen Empower Women. De entre muitos mundos que o permitem fazer, o da cultura pop é – diariamente – palco do fortalecimento da mulher no mundo. Para além de um boost da voz ativa da mulher, proporciona também uma consciência coletiva. 

Mais do que apenas gostarmos de filmes, séries e videojogos, sentimo-nos também ligados à representatividade que as histórias, narrativas e personagens têm na nossa vida. As mulheres da cultura pop tem um importante papel no que toca ao assunto da emancipação feminina e #girlpower. Existem, cada vez mais, figuras femininas a assumiram o controlo da cena em filmes e séries e até serem os players principais em videojogos de renome que pretendem transmitir mensagens de alento e coragem a todas as mulheres (de qualquer idade).

Contudo, o poder feminino não está apenas atrás de um monitor de gaming ou de um ecrã de cinema ou até na watchlist daquela plataforma de streaming que nos acompanham nos serões. O poder feminino está em quem vive e respira a cultura pop nos seus mais variados formatos e categorias. As fãs, as geeks, as mulheres que fazem a cultura pop.

Neste Dia Internacional da Mulher estivemos à conversa com a Inês, a Sofia e a Dora – verdadeiras SHEROes – que nos deixaram o seu ponto de vista sobre a importância do papel da Mulher no mundo da Cultura Pop e quais os desafios que enfrentam nessa indústria.

A Inês Gens Mendes é Editora do SAPO Mag, apresentadora do programa Popcorner e Food Instagrammer e para além disto tudo assume-se uma geek nata.

“Mulher no mundo do entretenimento no digital, da cultura pop e a vestir a camisola de “orgulhosamente geek”. Sou eu. E sim, também gosto de moda e de culinária. Uma mulher não tem de ser uma coisa, é muitas e, em 2022 ser geek – mulheres incluídas – já não é, felizmente, algo que cause estranheza. Precisamos tanto de olhares femininos sobre a cultura pop como de masculinos e há cada vez mais espaço, braços abertos e vontade de ter neste universo mais mulheres que saibam do que falam quando falam de filmes, séries ou banda desenhada. O trabalho para a paridade está longe de terminado e a indústria tem de encontrar mais oportunidades para mulheres atrás das câmaras ou a escrever histórias, mas estamos progressivamente a dar mais palco a mais SHEROes. E isso é uma boa notícia.” Inês Gens Mendes

 

Já para a Sofia Pinto a história é outra. Mulher do Gaming e Stream, foi jogadora profissional de CS (Counter-Strike) durante alguns anos mas agora a praia dela é mais GTA, integra também o staff do server de rp OFFSET.  Defende que a área dos videojogos tem um forte papel na inclusão da figura feminina como Gamer neste universo usando personagens principais de jogos que são mulheres. Acredita que o paradigma que existe do gaming ser uma área de homens está a desaparecer.

“Se olharmos para a trajetória dos jogos eletrônicos e todas as transformações pela qual passou, podemos perceber como ela se tornou uma das líderes em entretenimento. Contudo, o fato de o gaming ainda ser visto – culturalmente – como uma atividade masculina, influencia a forma como a mulher é representada nesse meio e como ela é vista como jogadora.

Essa forma de retratar a mulher de modo estereotipado acaba por reforçar que existe um único modelo a ser seguido, não possibilitando a representação da diversidade existente e acaba por excluir a mulher como consumidora de jogos.
Por isso é importante haver mais personagens femininas de videojogos como forma de mostrar que os jogos não são exclusivos para público masculino e como forma de terminar com os preconceitos existentes com a figura da mulher e a mulher como jogadora gaming.

A luta das mulheres pela igualdade e a quebra do paradigma de sexo frágil vem acontecendo há anos. Os videojogos, por serem uma media grandiosa e influenciadora, tem como dever incluir e apresentar a diversidade existente, assim como aceitar a existência da mulher como gamer.” Sofia Pinto

 

Desde muito cedo na história da humanidade que os homens possuíam mais vantagens e poder do que as mulheres. No entanto ao longo dos anos e com o desenvolvimento das sociedades em todo o mundo, mulheres e homens têm vindo a lutar pela igualdade de género e de direitos, feito que na opinião da Dora (ou Dorothy Dare como é conhecida no mundo Cosplay), pensa ter sido bem sucedido.

“Quando iniciei o meu percurso como cosplayer, era muito introvertida e tinha muitas inseguranças pessoais. No entanto, observa-se que Cosplay se torna um hobby para qualquer género, de qualquer idade. Mesmo no início nunca houve discriminação perante géneros no cosplay, pois no Cosplay nós podemos ser o que quisermos. Isto fez com que tivesse cada vez mais confiança em mim. O facto de ver outras mulheres executarem fatos arrojados e complexos fez-me querer fazer também e sem medos! Fui adquirindo autoestima e uma valorização pessoal que certamente não teria se não fizesse cosplay. Muitas vezes sinto-me inspirada por outras mulheres cosplayers que fazem trabalhos incríveis!

Na nossa comunidade penso que havia uma dicotomia de trabalhos, em que os homens tinham maior tendência para fazer armaduras e as mulheres para fazer trabalhos de costura. No entanto com o passar do tempo a comunidade desenvolveu-se e encontramos uma fluidez de trabalhos fantásticos e técnicas executadas por homens e mulheres.

Não existem grandes “senãos” na comunidade, mas penso que um dos problemas mais abordados seja a sexualização não consensual do corpo feminino. Muitas vezes encontramos na comunidade pessoas a tirarem fotografias não consentidas ou a tocar nos cosplayers de forma não consentida, o que se torna problemático para quem pratica o hobby. Cada mulher tem o direito de vestir o que a faz mais feliz e não deveria de ir para eventos com esse tipo de receios.” Dora Alexandra

Outro dos desafios da indústria do Cosplay que Dora menciona é terminar com a discriminação que existe muitas vezes dirigidas a cosplayers por pessoas que não pertencem a comunidade. Falamos de discriminação por cosplayers vestirem personagens que possuem uma cor de pele, formato de corpo ou género diferente.  As novas tecnologias tornam a difusão de informação mais fácil e acessível a todos, mas também possuem este lado “negro”.

“Há que explicar que Cosplay é para TODOS! Esta “arte” mostra-nos que não há problema em ser gordo ou magro, alto ou baixo, amarelo ou azul, desde que nos sintamos bem com a pele que vestimos e que tenhamos uma grande autoestima e autoconfiança connosco próprios, pois nada vale mais do que a nossa valorização pessoal.

Falo por mim, sou mulher e é graças ao meio ambiente em que estou envolvida que posso dizer “gosto de mim”, mesmo com todas as falhas e defeitos, aprendi a gostar de mim como sou, e muitas vezes graças às inúmeras mulheres que sigo e cujo trabalho adoro!” Dora Alexandra

 

Este é o nosso manifesto ao empowerment feminino e a todas as heroínas. Acreditamos que todas as mulheres têm – e devem – de ser admiradas pela sua coragem, pelas suas conquistas incríveis e qualidades notáveis.

 

Os especialistas do Conteúdo da Cultura Pop.

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