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THE GAME AWARDS 2021 – QUEM LEVARÁ O GOTY?
Todos os anos, dentro do variadíssimo leque de videojogos que vão saindo e conquistando um lugar especial nos corações de cada geek, existe sempre aquele título que nos emociona, que eleva a experiência a um patamar superior e que especialmente, nos toca de uma forma diferente. Por norma, este é o nome pelo qual torcemos ser o derradeiro vencedor do Game of the Year (GOTY) daquele ano, o prémio de excelência que faz parte de uma das categorias dos The Game Awards (TGA) que exaltam o que de melhor se faz dentro deste universo em franca expansão na última década.
Com data apontada para o final de cada ano, os TGA são “a” cerimónia que todos nós aguardamos assistir, não só para saber quem são os premiados nas diferentes categorias como também para conhecermos os futuros lançamentos que normalmente são comunicados nesta celebração, como foi exemplo as primeiras imagens do gameplay do The Legend of Zelda: Breath of the Wild ou até o anúncio da sua sequela em 2019. Mas ainda assim, não são só estes os dois fatores que nos levam a assistir aos TGA, o momento alto, o epicentro deste evento é sem dúvida a revelação do GOTY daquele ano.
Depois de ter sido divulgada a lista de nomeados, com alguma surpresa e títulos em falta dentro dos seis escolhidos, tais como Returnal e Forza Horizon 5, podemos dizer que a competição este ano está bastante renhida, com uma boa dose de variedade nos géneros que concorrem a Jogo do Ano.
DEATHLOOP (ARKANE STUDIOS/BETHESDA)
O jogo com mais nomeações nos The Game Awards tinha mesmo que entrar na lista de Game of the Year e não é para menos. Este first-person action tem uma narrativa estranhamente peculiar, quando vestimos a pele de Colt, um assassino que juntamente com oito Visionários, se encontra preso numa ilha isolada e num loop temporal que faz com que todos os dias sejam iguais. O que será um paraíso para aqueles que não se lembram que estão literalmente a reviver o mesmo dia sempre que acordam torna-se num inferno do qual Colt quer desesperadamente sair. Com um conceito bastante interessante e uma gameplay intuitiva, não seria de admirar que este título eventualmente estivesse na lista para o GOTY de 2021.
IT TAKES TWO (HAZELIGHT STUDIOS/EA)
O jogo cooperativo do ano está a dar que falar e foi uma das surpresas entre os nomeados para Jogo do Ano. Com visuais deslumbrantes e muito semelhantes ao estilo cartoon, assumimos a pele de um casal à beira do divórcio, que como por magia se vê preso num universo do qual só consegue escapar, estando juntos. Tal como o nome indica, it takes two para completar a história, já que é inteiramente baseado em jogabilidade cooperativa, num mundo de fantasia criado pela filha do casal que obviamente, tem como principal desejo a união dos pais. Para além de ter uma jogabilidade refrescante e muito divertida, este é um dos excelentes exemplos de como os videojogos têm uma enorme importância na representação e identificação de alguns dos problemas sociais que enfrentamos no dia-a-dia, transportando para o universo animado aquilo que acontece no mundo real, numa narrativa que apela, em última instância, ao amor, empatia e entreajuda.
METROID DREAD (MERCURY STEAM/NINTENDO)
Desde 1986 a encantar o universo da Nintendo, esta franquia de ficção científica transporta-nos para o universo futurista entre naves e espécies desconhecidas, onde Samus Aran é rainha e a verdadeira caçadora de recompensas que não tem medo de nada nem ninguém. Após praticamente quinze anos a espera terminou para todos os fãs que sonhavam com Metroid Dread que revela a nova fase desta saga. Longe dos gráficos polidos em 3D aos quais estamos soberbamente habituados, parece que a magia do 2D ainda continua a fazer das suas e a prova disso é este título que nos presenteia a protagonista com o seu épico fato, arma em punho e os velhos rockets a que já estamos habituados a enfrentar uma nova ameaça que quer destabilizar toda a galáxia. Com um gameplay desafiador e uma banda sonora épica, podemos dar as boas-vindas a esta nova fase que ao que tudo indica, veio mesmo para ficar.
PSYCHONAUTS 2 (DOUBLE FINE/XBOX GAME STUDIOS)
Aquele que para mim é a aposta para vencer o GOTY deste ano, Psychonauts 2 é a personificação perfeita de que a simbiose entre o mundo dos videojogos e o quotidiano são cada vez mais uma receita para o sucesso. Seguindo as pisadas do seu antecessor, esta obra-prima protagonizada por Raz teletransporta-nos, literalmente, para a mente dos outros, em universos que têm tanto de peculiar como de genial. O nível de detalhe e sensibilidade colocada em cada um destes cenários é um dos seus grandes pontos fortes, mas onde este título efetivamente brilha é na forma como aborda a saúde mental. Seria redutor pensarmos que ao visitar a mente destes seres, que os seus principais desgostos, frustrações ou vícios não fossem representados, mas a leveza e empatia com que somos presenteados neste jogo e na forma como nos dá a entender que tudo faz parte da condição humana e das vicissitudes da vida é sem dúvida alguma a cereja no topo do bolo. A jogabilidade continua simples e intuitiva, dentro de uma mecânica não muito diferente do que já estamos habituados, mas nem por isso deixa de ser interessante a forma como exploramos os vários cenários e as habilidades psíquicas de Raz, que utiliza para derrotar os seus inimigos. A juntar a tudo isto, visualmente Psychonauts 2 continua a ser apelativo e delicioso e definitivamente deixa a sua marca a cada pessoa que lhe der uma oportunidade.
RATCHET & CLANK: RIFT APART (INSOMNIAC GAMES/SIE)
Uma das franquias mais antigas das consolas da Sony, regressou em 2021 e continua a elevar a fasquia dos jogos de plataformas, num espetáculo visual a um ritmo frenético, com explosões espetaculares e uma festa de brilho e cor ímpar. Conseguindo capturar o enorme potencial desta nova geração de consolas, neste título transportamo-nos entre fendas dimensionais que separam Ratchet de Rivet, a nova personagem da saga que foi bem recebida e acarinhada pelos fãs. Numa jogabilidade que nos deixa explorar as duas realidades que ambos estão a vivenciar, temos como objetivo principal reestabelecer a ordem depois do caos deixado pela destruição do Dimensionator pelo antagonista, o Dr. Nefarious. A paisagens com que somos confrontados e a dinâmica do gameplay mostram sem sombra de dúvidas a forma como o mundo dos videojogos tem evoluído ao longo dos últimos anos, num nível de detalhe e realismo difícil de igualar pelos títulos rivais a GOTY.
RESIDENT EVIL VILLAGE (CAPCOM)
Costumam dizer que o melhor fica para último e neste caso, poderá efetivamente não ser o melhor, mas na minha opinião está sem dúvida no TOP 3 deste ano. Já muito se esperava do oitavo jogo da franquia, depois de um épico antecessor que elevou o género de horror a um novo nível, com uso ao terror psicológico dentro de uma saga maioritariamente marcada pela ação, num toque diferenciado e refrescante que certamente deu uma nova vida a Resident Evil. Voltamos a vestir a pele de Ethan Winters, que depois dos acontecimentos de Biohazard e da peculiar família Baker vive (ou talvez não), uma vida pacata com Mia e a filha Rose. Contudo, tudo se desconstrói num segundo e uma vez mais, Ethan vê-se obrigado a enfrentar os seus demónios enquanto procura pela filha, que foi levada pela Mãe Miranda, a antagonista principal desta história que criou um universo cheio de criaturas mutantes, numa mistura entre zombie e lobisomem. Somos levados entre quatro universos distintos que trazem uma certa diversidade ao jogo e muitos jumpscares, bosses e puzzles para completar. No final, uma sessão de saltar da cadeira, com uma narrativa que cria automaticamente empatia com o jogador, ou não fosse esta também uma história sobre o amor mais puro que podemos um dia sentir, aquele que é vivido entre pai/mãe e filho/a. Por eles enfrentamos os piores cenários, casas abandonadas, criaturas monstruosas e damos, literalmente, a nossa própria vida, num clima sombrio que nos deixa num cliffhanger final que dá abertura ao nono jogo da saga do qual ansiamos o anúncio em breve, por parte da Capcom.
Os The Game Awards vão uma vez mais ser transmitidos online de forma totalmente gratuita, no dia 9 de dezembro desde o Microsoft Theater, em Los Angeles.
E na tua opinião, qual destes títulos merece ganhar o GOTY?
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