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La Casa de Papel – Um fenómeno global da Netflix que vai deixar saudades!
Preparados para o início do fim da série La Casa de Papel? Um fenómeno global da Netflix que está a prestes a terminar e que vai deixar muitas saudades! Uma despedida que irá marcar!
Inicialmente, a série La Casa de Papel foi criada por Álex Pina e lançada em 2017, através do canal espanhol Antena 3, mas depois de ter sido comprada pela Netflix e adicionada ao seu catálogo internacional tornou-se numa das séries mais vistas e populares desta plataforma de streaming. O sucesso imediato fez com que a Netflix encomendasse mais episódios, terminando assim, na sua 5ª temporada, cuja primeira parte com cinco episódios da mesma estreou na passada sexta-feira e a segunda parte com os restantes cinco episódios regressará no dia 3 de dezembro à Netflix.
Desde então, esta série mediática já foi a vencedora de um Emmy Internacional em 2018, na categoria de “Melhor Série Dramática” e também de outros prémios, sendo este grupo de ladrões e o seu Professor bem peculiar, já conseguiram conquistar milhares de admiradores e teve um impacto muito positivo no mundo inteiro, transformando-se num golpe de sucesso imediato e repentino assim que entrou na Netflix.
O elenco tem sido constituído por Úrsula Corberó (Tóquio), Álvaro Morte (Professor), Itziar Ituño (Raquel), Pedro Alonso (Berlim), Jaime Lorente (Denver), Miguel Herrán (Rio), Esther Acebo (Monica), Alba Flores (Nairobi), Darko Peric (Helsínquia), Hovik Keuchkerian (Bogotá), Rodrigo de la Serna (Palerno), Luka Peros (Marselha), Enrique Arce (Arturo), Belén Cuesta (Manila), Najwa Nimri (Inspetora Sierra), Fernando Cayo (Coronel Tamayo), José Manuel Poga (Gandía), Paco Tous (Moscovo) e Maria Pedraza (Alison).
Tudo começa com a história de oito assaltantes liderados por um misterioso e inteligente Professor que resolvem assaltar a Casa da Moeda em Espanha. Utilizando fatos e máscaras caraterísticas do pintor espanhol Salvador Dali, este bando entra nesta instituição com a tarefa de imprimir o máximo de notas possíveis, os restantes estão responsáveis pelos reféns que ficaram presos no interior do edifício.
La Casa de Papel foi a primeira série espanhola que eu vi, pois na altura não costumava ver produções de outros países europeus com exceção daquelas que eram produzidas em Inglaterra. Demorei algum tempo até começar a ver esta produção na Netflix, mas assim que comecei a acompanhar as aventuras do Professor e companhia fez com que eu nunca perdesse o meu entusiasmo e interesse pela história em si, devido a todas as reviravoltas inesperadas e surpresas que iam surgindo ao longo dos episódios e a empatia imediata que se teve desde o início por cada uma destas personagens carismáticas. Para além disso, esta série foi o ponto de partida para que eu ficasse mais curiosa em ver outras produções espanholas disponíveis na plataforma, tais como Elite, Alta Mar, Vis a Vis, entre outras ou até séries originais da Netflix produzidas noutros países em que Dark (Alemanha), The Protector (Turquia), Freud (Alemanha), Ragnarok (Noruega) e mais recentemente, Katla (Islândia) são alguns desses exemplos.
Pode não parecer e ser difícil de acreditar, mas ninguém esperava que depois das fracas audiências que teve no canal espanhol Antena 3, La Casa de Papel se tornasse num fenómeno internacional. Tudo aconteceu de uma forma tão espontânea devido aos espetadores da plataforma de streaming e também graças à própria Netflix que mudou o destino desta história, provocando uma onda de excitação por todo o mundo começando assim a ter o reconhecimento merecido.
As personagens fazem toda a diferença e o público consegue identificar-se facilmente
Uma das principais razões pelas quais o público tem uma ligação mais profunda com esta série que é das mais vistas de todos os países do mundo é devido às suas personagens. Esta popularidade inédita surge pelo desempenho brilhante do seu elenco e seja qual for a personagem que estamos a conhecer, todos nos apaixonamos facilmente pela personalidade de cada um deles, mesmo que sejam bons, vilões ou anti-heróis. Temos a oportunidade de conhecer diferentes lados da personalidade de cada um dos membros pertencentes a esta equipa de ladrões que lidam com muita coisa desafiante. Porém na realidade, eles são simplesmente, sobreviventes que lutam para encontrar o seu lugar, porém nem sempre têm os comportamentos mais indicados ou são instáveis, mas também têm uma vulnerabilidade, de tal forma que o espetador consegue criar uma empatia e identificar-se com eles e até compreender algumas das razões por serem quem são nos dias de hoje. As relações entre as personagens também são um ponto forte na história que muitas vezes são influenciadas pelo estado mental de cada um que vai sendo explorado ao longo dos episódios.
Estas são personagens complexas e viciantes com nomes de cidades que são muito bem construídas e que fazem o espetador sentir com a intensidade suficiente que façam torcer por elas, pois são pessoas que vivem no limite, correndo riscos e têm os seus problemas e dilemas que precisam de lidar, mas que estão constantemente a surpreender-nos.
Berlim é uma das melhores personagens de sempre
Na minha opinião, Berlim que é interpretado por Pedro Alonso está na lista das melhores personagens feitas até hoje.
Berlim é um dos assaltantes que participa no roubo à Casa da Moeda em Espanha, cuja liderança nos deixa de pé atrás, mas que faz o que for preciso para que o plano do Professor seja bem executado. Ele é daquelas personagens admiráveis e um líder nato que não tem nada a perder, mas que é um grande psicopata com comportamentos impulsivos e por mais maldades que possa vir a fazer, Berlim é um vilão narcisista e quase sempre desprezível com um sorriso contagiante que consegue provocar sentimentos de empatia e alegria para com o espetador, fazendo com que o mesmo fique do seu lado e até torça para que ele consiga alcançar aquilo que quer. Para além disso, ele protagoniza alguns dos momentos mais divertidos da história, deixando o público em êxtase, sempre que esta personagem hostil, misteriosa e bem especial aparece.
Quem não se lembra de quando Pedro Alonso vestido com o seu fato de macaco vermelho, caraterístico da sua personagem Berlim cantou um excerto do tema “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso e segura na mão, um cravo vermelho? Este foi um vídeo que foi na altura partilhado nas redes sociais da Netflix para celebrar os 45 anos da Revolução do 25 de Abril e onde o ator depois de cantar esta canção tão emblemática para o nosso país diz “Pela Liberdade, sempre”.
Os símbolos da série que se destacaram e tiveram um impacto internacional
A série em si também tem o seu lado mais simbólico. Os símbolos de La Casa de Papel tornaram-se num ícone em diferentes países e que até tem estado a ser utilizado na cultura pop, como por exemplo, sendo uma das principais escolhas no cosplay.
Existem três elementos fundamentais que representam La Casa de Papel. Falamos do fato de macaco vermelho, a máscara de Dali e a música “Bella Ciao” que se destacaram com êxito. Quando vemos estes três símbolos juntos, associamos imediatamente à série, sem pensar duas vezes.
“Bella Ciao” é uma canção que ganhou uma outra dimensão, sendo que é usada como hino pelo nosso grupo de ladrões favoritos para representar a sua luta e resistência. Sabiam que esta canção foi utilizada como hino pela resistência antifascista italiana na 2ª Guerra Mundial? Uma coisa é certa, não nos vamos esquecer das nossas personagens a cantarem este tema!
Na série, estes símbolos foram uma boa chamada de atenção e também são uma opção para quem queira lutar por uma determinada causa. E isso já aconteceu, quando pessoas usaram os mesmos fatos e as máscaras em diversas manifestações com a música “Bella Ciao” a ser tocada para defenderem causas importantes, tais como o ambiente, a democracia e o feminismo.
Ainda se lembram quando na edição de 2019 da Comic Con Portugal, as atrizes Itziar Ituño e Esther Acebo que desempenham a Lisboa e Estocolmo, respetivamente estiveram presentes no evento? Para mim, foi um tempo muito bem passado, em que elas partilharam algumas curiosidades sobre a série e responderam às perguntas dos fãs!
A história em si cativa qualquer um
La Casa de Papel tem a sua própria essência bem natural dando lições de vida pertinentes e com personagens fortes e determinadas que são levadas ao limite, sendo constituída por uma história de assaltos inteligente que tem sido realizada a um bom ritmo e está repleta de reviravoltas surpreendentes e inesperadas, onde não vai faltar mistério, tensão, violência, paixão, explosões, tiroteios, caos, sacrifícios, dinheiro, toneladas de ouro, emoção, humor negro, obstáculos, suspense, dor, adrenalina, romance, diversão, poder, jogos mentais com manipulação e muito mais.
Esta é uma série imprevisível e com dinâmica com um propósito específico, onde tudo pode acontecer e ninguém está a salvo, por isso, todas as personagens estão num risco constante, tornando-se assim, cativante para o espetador, porque ele não sabe o que esperar e por vezes, ocorrem cliffhangers com uma intensidade bem maluca e com mortes inquietantes. É muito interessante acompanhar a vigilância que vai sendo realizada pelo Professor que pensa em todos os cenários possíveis para o seu plano implacável, seja na Casa de Moeda como no Banco de Espanha e até a pessoa chega a questionar-se como é possível que alguém como ele tenha a capacidade de planear algo tão grande e difícil de colocar em prática e não faltar ideias para qualquer imprevisto que possa vir a ocorrer.
A produção também tem uma boa fotografia e um trabalho artístico espetacular e dá para perceber a dedicação que tanto o elenco como a equipa técnica teve em cada episódio, dando atenção a todos os detalhes.
As cenas de luta estão bem coreografadas e as sequências de ação são muito bem filmadas, aproveitando diferentes tipos de ângulos para apresentar outras perspetivas. A banda sonora é excelente, muito bem escolhida e adaptada a cada cena da série, sendo que tanto “Bella Ciao” que é das canções mais populares como o tema do genérico “My Life Is Going On” de Cecilia Krull ficam no ouvido de qualquer um que sem dúvida, ajuda a identificar esta história tão inesquecível que acompanha o Professor e a sua equipa.
Primeira parte da quinta temporada apresenta cenas filmadas em Lisboa
Depois de um assalto bem-sucedido à Casa da Moeda e durante a invasão ao Banco de Espanha está na altura da fazer a despedida ao Professor e ao seu bando implacável e resistente que tem feito um trabalho de equipa impressionante.
Como referido anteriormente, já estrearam os primeiros cinco episódios da quinta e última temporada de La Casa de Papel e a cidade de Lisboa foi uma das protagonistas das filmagens.
Já não é a primeira vez que Portugal está a ser representado na série, pois já foi mostrada a bandeira portuguesa num barco em que fugiu o grupo de assaltantes. Ainda surgiu um excerto da canção portuguesa Fado Boémio, interpretado por Piedade Fernandes e uma das personagens que resolveu escolher o nome de Lisboa para si.
Desta vez destaco o quinto episódio, onde vemos uns flashbacks da nossa Tóquio (Úrsula Coberó) a passear por Lisboa e arredores com o seu antigo namorado René (Miguel Ángel Silvestre). Eles estiveram pelo Bairro Alto durante a época dos santos populares, passearam de elétrico na Bica e jantaram num restaurante com vista para a Ponte 25 de Abril. Por fim, ainda ouvimos uma versão de “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso cantada por Pablo Alborán e Cecilia Krull.
Estes cinco episódios da primeira parte da quinta temporada foram empolgantes, em que tem guerra como palavra-chave e o bando tem um exército para enfrentar. As estratégias, a adrenalina, as surpresas e os momentos intensos e mais dramáticos vão-se manter, levando o espetador ao limite, mas temos a oportunidade de ver coisas novas que podem ser uma loucura, porém trazem um bom resultado final e continua a ser estimulante para quem está a ver.
Digam o que disserem, La Casa de Papel tem sido uma jornada apaixonante, emocionante e perigosa em que têm sido fiéis à sua história que conseguiu com eficácia ter uma ótima relação com o público. É uma obra de arte realizada com uma criatividade notável que pode ser inesperado no pior momento possível, deixando o espetador inquieto e curioso com cada episódio e que funciona muito bem. Afinal, o que irá acontecer com todas as personagens deste assalto? Este é um projeto com atores empenhados que vai continuar a dar que falar durante muito tempo e eu espero que o seu final seja épico! As expetativas são altas, porque merece terminar em grande e irá ser sem dúvida, uma despedida que vai custar!
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