Waiting for the Barbarians estreia dia 15 de Julho nos cinemas

O filme de drama Waiting for the Barbarians estreia esta semana nos cinemas portugueses, protagonizado por Johnny Depp e Mark Rylance que é baseado no livro de JM Coetzee, que também é o responsável pelo seu argumento e tem a realização de Ciro Guerra.

O elenco desta história é constituído por Johnny Depp (Coronel Joll), Mark Rylance (Magistrado), Gama Bayarsaikhan (A Rapariga), Greta Scacchi (Mai), Robert Pattinson (Oficial Mandel), David Dencik (Clerk) e Sam Reid (Lieutenant).

O Magistrado (Mark Rylance) é o responsável por um posto que é localizado nas fronteiras de um determinado império. Tudo parecia estar a correr normalmente até que um dia surge o Coronel Joll (Johnny Depp) para fazer uma investigação, cujo objetivo é saber mais informações sobre o paradeiro exato dos bárbaros que estariam relativamente perto da fronteira. Para isso, ele coloca em prática muitas das suas técnicas de tortura para fazer com os que os prisioneiros falem, mas nem sempre chega a ter bons resultados, fazendo com que piore a situação neste sítio. Sendo o Magistrado como uma pessoa justa, ele fará o que for possível para descobrir quais são os planos deste coronel. Será que vai ter sucesso?

Esta base é uma das principais defesas do império que está situado num local desconhecido que acaba por funcionar como uma vila, mas que vai passar por mudanças drásticas, principalmente quando chega o Coronel Joll e os seus soldados que querem ficar com tudo o que os moradores têm na sua posse, desde comida a cavalos. Será que o Magistrado e esta população vão ter a coragem necessária para enfrentarem estas visitas indesejadas? Caso a resposta seja positiva, será que vão sofrer consequências devastadoras?

O Magistrado – um homem bondoso e justo

O Magistrado é um homem simples e pacífico que tem um bom coração e tenta fazer o que ele acha que seja mais correto, mas infelizmente nem sempre é devidamente valorizado. Um dia, ele conhece uma rapariga pertencente ao povo nómada que está gravemente ferida depois de ter sido torturada intensivamente por soldados, chegando a um ponto que ele se sente de uma certa forma, responsável pelo bem-estar dela a partir do momento em que se cruza com ela. Este cavalheiro acaba por criar uma ligação mais próxima com ela, mesmo que esta queira simplesmente, distância dele e só quer voltar para junto do seu povo. Assim, o Magistrado resolve acompanhá-la numa viagem longa pelo deserto para que ela possa finalmente voltar ao seu lar, sendo que tudo pode acontecer nesta jornada que pode vir a ter efeitos significativos no desenrolar da história e onde a traição pode ocorrer a qualquer momento.

Este senhor trata muito bem o povo nómada e é muito dedicado ao seu trabalho, mesmo que seja num ambiente mais tranquilo, porém ele não gosta de testemunhar injustiças e não concorda com tudo o que vai sucedendo, principalmente com os métodos utilizados pelo Coronel Joll e respetivos soldados para obterem informações daqueles que são prisioneiros. Como será que o Magistrado vai reagir com a intensidade de tortura que está a ser realizada na sua base? Uma coisa é certa! O Magistrado vai ter um caminho longo a percorrer cheio de obstáculos que ele terá de ultrapassar tanto pelo deserto como no seu próprio posto.

Uma guerra entre o Coronel Joll e o povo nómada que parece não ter fim!

Para o Coronel Joll, o povo nómada são considerados como bárbaros que precisam de ser eliminados a todo o custo. Por isso, este homem bem perigoso e instável utiliza a tortura, seja qual for o nível de intensidade do procedimento para que consiga saber a localização exata deste povo, mesmo que tenha de prender quem ele ache que possa ser útil para colocar em prática o seu plano, pois na sua opinião, todos são culpados e merecem ser castigados. Será que as suas técnicas de interrogatório vão resultar? Atenção, algumas cenas de tortura podem não ser aconselhadas a espetadores mais sensíveis!

Uma das coisas que mais gostei do Coronel Joll foi o seu visual, principalmente os seus óculos de sol que eram bem característicos e criativos, sendo que foram algumas vezes mencionados ao longo do filme.

Uma história com potencial, mas que foi perdendo o seu rumo

A história vai sendo dividida, de acordo com as estações do ano, mostrando os atos que são realizados por estes seres humanos e as escolhas que fazem que podem trazer consequências indesejadas, ao mesmo tempo que esperam que chegue o momento de batalha contra o povo nómada.

Infelizmente não temos a oportunidade de acompanhar essas batalhas que na minha opinião deveriam ter sido introduzidas e que seriam bem interessantes de se ver. Ao longo do filme houve uma falta de ação que eu não esperava para aquilo que foi apresentado no trailer. Em vez disso, eles preferiram optar por abordar mais a linguagem corporal e as expressões faciais das personagens que nem sempre teve os efeitos desejados para com o público.

O filme teve os seus altos e baixos, sendo que teve falhas no argumento e não existiu um equilíbrio a nível do ritmo pelo qual a história foi sendo contada, pois estava muito lento, fazendo com que o espetador perca o interesse e não consiga criar ligação com as personagens e com o desenrolar deste drama.

Esta produção teve falta de informações pertinentes para se compreender tanto a história do filme como das suas personagens que não foram devidamente desenvolvidas, sendo que existiram situações que poderiam ter sido melhor esclarecidas. Mesmo assim, as partes mais interessantes do filme foram as cenas partilhadas entre o Magistrado e o Coronel Joll e a viagem do Magistrado pelo deserto.

Apesar disso, o desempenho tanto de Mark Ryance como de Johnny Depp foi muito bom e por isso ajudou a ver o filme até ao fim que teve uma banda sonora, fotografia e uma cenografia apropriada e com ângulos de filmagem bem escolhidos, principalmente nas paisagens que foram sendo mostradas.