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Sweet Tooth, pós-apocalíptico com coração

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Estreou dia 5 de junho na Netflix mais uma adaptação literária na temática de fantasia. Se já estão a torcer o nariz ao conceito, esperem até saber um pouco mais…

Tendo como base a elogiada obra literária homónima de Jeff Lemire, a nova aposta da Netflix oferece uma visão diferente do tradicional mundo pós-apocalíptico que temos visto recentemente em televisão. Este não é um mundo sombrio ou cheio de cinzento, mas antes uma “Chernobyl” dos tempos modernos, em que a natureza invadiu o mundo do Homem e o encheu de cor.

Preconceito e esperança num mundo de fantasia…

A história começa dez anos após um vírus mortal que assolou o planeta (The Sick). Em coincidência temporal, começaram a nascer bebés híbridos (parte humano, parte animal). O fenómeno causou uma onda de preconceito (já que uma parte das pessoas pensam que foram estas crianças a origem da doença), e de esperança (também há quem pense que são uma “ferramenta” da Natureza para curar o mundo). Gus é uma criança metade humana e metade veado/cervo, que vive em isolamento numa floresta, com um pai que o ama e quer proteger dos males do mundo. Uma espécie de “Hanna”, sendo que uma criança foi treinada para ser uma assassina e Sweet Tooth para ser a criança inocente e protegida. Logo no piloto, Gus é obrigado a abandonar o seu lar e a partir numa aventura com Jepperd (Nonso Anozie, cara conhecida de Game of Thrones), e pelo caminho vai encontrar aliados, inimigos e um enorme mundo para explorar pela primeira vez. Outros nomes do elenco incluem Will Forte, Adeel Akhtar, Dania Ramirez, Neil Sandilands e Stefania LaVie Owen.

O grande destaque vai para Christian Convery, cuja experiencia como actor se cinge a “Pup Academy” e à excelente “Legion” da FX. O jovem actor parece ter cativado a atenção e o carinho de todos os que analisaram a série, oferecendo um enorme coração à história, mas sem exagerar na inocência, carregando a série sem aparente esforço. Os chifres e orelhas que vemos no trailer não são CGI, mas sim próteses robotizadas controladas por Grant Lehmann, para tornar tudo mais real. Estes pequenos detalhes e a natureza bruta que vemos espelhada pelo mundo dão uma sensação de realidade a um mundo de fantasia. Apesar da série assumidamente não ser tão “crua” como nos comics, não foge aos momentos de maior tensão. Juntamente com Lemire, o argumentista e realizador Jim Mickle, assim como os produtores Robert Downey Jr. e Susan Downey decidiram desde cedo oferecer uma adaptação mais otimista e leve da história. A mulher de Robert Downey Jr. adorou os livros e a série começou a ser desenvolvida ainda antes da pandemia do mundo real. Aliás, o piloto foi filmado em 2019.

Netflix continua a apostar na temática, em busca do próximo grande sucesso…

Considerando a quantidade de elogios que a Netflix recebeu à temporada por quem teve acesso aos episódios, não se percebe porque é que o serviço de streaming não publicitou mais o projeto. O critério para as series que o serviço decide divulgar são tão aleatórias como a qualidade destas. A surpresa continua a ser o facto de o investimento num campo não corresponder à qualidade no outro. Lembro, por exemplo, que “Jupiter’s Legacy”, serie que a Netflix decidiu publicitar mais afincadamente, foi cancelada após a primeira temporada (não deixando grandes saudades). Mas isto é tema de outro texto.

Para já importa salientar que Sweet Tooth parece ser aquela série para ver em família. Apesar de muitas invocarem este conceito, não há assim tantas séries que possam agradar a miúdos e graúdos simultaneamente. É verdade que quer a temática de fantasia (ainda recentemente tivemos “Shadow and Bone”), quer o pós-apocalíptico (50% de tudo o que sai atualmente) podem deixar alguns espectadores mais céticos. Mas a julgar pelas reações que pude reunir, “Sweet Tooth” oferece uma visão diferente. Uma série “simpática” que poderá agradar a mais gente que o esperado.

Os oito episódios da primeira temporada estão disponíveis a partir de hoje, 4 de junho, na Netflix.

 

Os especialistas do Conteúdo da Cultura Pop.

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