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Kingdom: mortos vivos coreanos à la carte, mas com o tempero au point
Quando alguém que não gosta de entretenimento televisivo com mortos vivos encontra um programa desse género que o prende.
Kingdom é a primeira série sul-coreana produzida pela Netflix. Atualmente com duas temporadas, um spin-off a caminho e esperança de uma terceira temporada. Cada temporada tem 6 episódios, cada com menos de uma hora (algo que o diferencia de maioria dos k-drama, em que cada episódio quase sempre tem mais de uma hora, ou sendo episódios duplos cada tem meia hora, e a série é maior).
Baseada na webcomic The Kingdom of the Gods de Kim Eun-hee e desenhos de Yang Kyung-il, Kingdom passa-se na Coreia, no período de Joseon, mais especificamente no século XVII após as invasões japonesas. O enredo não é nada de complicado. Um nobre poderoso quer apoderar-se do trono, e para lá chegar vai mantendo o rei vivo com um medicamento que na realidade o transforma no que conhecemos como zombie. O príncipe herdeiro vai investigar a situação, mas, com poucos amigos e não sendo o favorito para o trono, a situação para ele não é simples. Fora a situação no palácio, nas ruas uma estranha praga espalhou-se e também as pessoas se estão a transformar em mortos vivos. E é nesta premissa que a história se vai desenvolvendo.
Uma praga que se cola ao espetador
Após assistirem ao primeiro episódio e estando a meio do segundo não vão conseguir parar. Desde cenários maravilhosos e banda sonora no ponto. O guião está maravilhosamente bem construído (escrito pela própria autora da banda desenhada, cuja fonte de inspiração foi uma praga real que dizimou milhares de pessoa na dita época): os cliffhangers deixam sempre a desejar por mais, as personagens são bem desenvolvidas, nenhuma aparece sem ter um papel relevante para o enredo e mesmo que pensemos o contrário é porque é esse o propósito. Os atores têm interpretações magníficas: Ju Ji-Hoon (Hyena, Along with the Gods), interpreta o príncipe herdeiro; Bae Doo-Na (conhecida internacionalmente pelos seus papéis em Sense8, Cloud Atlas, Jupiter Ascending), é uma enfermeira que tentará perceber o que está por trás da praga; Ryoo Seung-Ryong e Kim Hye-Jun são os vilões que vos darão dores de cabeça, e tantos outros atores que não ficam atrás.
Tentem adivinhar quando estouram as pipocas
Se ainda não estão convencidos, deixo mais alguns pontos (pois não quero abrir espaço para spoilers): comédia on point, efeitos especiais grotescos e espetaculares, adereços, figurinos e guarda-roupa merecedores de óscares, e por fim, quando vocês pensarem que vai acontecer algo, não vai.
Eu não gosto de ver filmes e séries com zombies, a menos que a qualidade seja muito rasca. Sou daquelas pessoas que vê género de serial killers, mas horror fantasioso já não é comigo.
Vi Dawn of the Dead e alguns episódios de The Walking Dead, mas não mais que isso. Todavia Kingdom alterou completamente a minha perceção do género. E é perfeito para Binge Watch, os seis episódios de cada temporada sabem sempre a pouco. Por isso sentem-se confortavelmente, agarrem nos snacks e bebidas e liguem a Netflix.
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Elvin
14 Novembro de 2024 at 08:43
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