Cinema
Aquaman and The Lost Kingdom – O fim iminente do DCEU
Aquaman and The Lost Kingdom marca o final de um capítulo na história da DC Comics (e também nos super-heróis). Com este novo filme do herói subaquático, o DC Extended Universe chega ao fim após 10 anos, 16 filmes e uma série. Infelizmente, a despedida não é assim tão grandiosa como era suposto.
Digamos que a sequência de Aquaman de 2018 enterrou o DCEU no buraco que se começou a escavar há seis anos, depois do fracasso da “Liga da Justiça”. The Lost Kingdom não consegue uma despedida a sério deste universo compartilhado tanto por culpa da falta de investimento ao nível de personagens, de um guião “visível”, e a falta de interesse por parte dos produtores em terminar este capítulo da empresa.
Todos sabemos a dificuldade que a Warner tem enfrentado ao longo dos anos, especialmente após aa pandemia, onde a crise se agravou. Os últimos filmes do DCEU (com exceções) têm-no comprovado. Com um novo universo a ser anunciado pelo novo co-presidente, James Gunn, em 2022.
Aquaman 2 é um filme sem muito sentimento que apenas se apega ao emocional exterior. De início somos apresentados ao filho de Arthur Curry (Jason Momoa) com a Mera (Amber Heard), Arthur Jr., um bebé com os mesmos poderes do pai (mas não da mãe, por algum motivo). Durante os últimos cinco anos, o reino e a vida de Aquaman têm sido “calmas”. Mas um velho conhecido, Black Manta (Yahya Abdul-Mateen II), regressa para destruí-los. Munido de um artefato antigo que se revela como uma arma poderosa de um antigo rei maléfico. Aquaman decide então chamar o irmão aprisionado, Orm (Patrick WIlson), para o ajudar a derrotar Black Manta, salvando a Atlântida pelo caminho.
O filme não apresenta nenhum tipo de arco de conclusão de universo. Não sei como será revelado que todo um universo foi reiniciado, mas a verdade é que nem Flash, nem nenhum evento multiversal foram mostrados para justificar um novo Superman, Batman, Flash, Aquaman, etc, no próximo Superman: Legacy. O problema agrava-se porque o filme também não se aproveita do facto de ter uma história só para si e dar realmente desenvolvimento aos personagens do filme. Ou seja, é determinado desde o inicio como um grande beco sem saída.
A película até tem momentos divertidos e bonitos de ser ver, com um CGI bem trabalhado e bem realizado por James Wan. No entanto, o filme perde-se imenso nas más decisões narrativas. Enquanto Aquaman na sua busca pelo Black Manta, o resto da vida das outras personagens, como Mera, Atlanna e o Rei Nereus nunca é mostrada. Apenas são mostrados quando necessários para o filme, e honestamente, se não tivessem nele nem fariam falta. Nem o próprio vilão tem o desenvolvimento que foi visto em 2018.
Apesar de falhar terrivelmente nessa missão, o filme até mostra bons momentos de coreografia de lutas. O momento mais marcante foi a luta final que se destaca dentro da mediocridade do 1º e do 2º ato. No entanto, o grande clímax é finalizado em 30 segundos (é verdade, 30 segundos), o que deixa a entender que os escritores não sabiam bem o que fazer com um momento interessante do filme. Para completar, o filme conta-nos que Arthur Curry cumpre o desejo de revelar a Atlântida ao mundo da superfície, e fá-lode forma… Estranha e nada credível.
Pelo menos, podemo-nos contentar com a prestação da atriz portuguesa “Jani Zhao”, que nos conseguiu entregar uma ou duas falas em Português.
Resumindo, Aquaman and The Lost Kingdom encerra um capítulo na aventura de universos compartilhados. É uma representação de tudo o que tem acontecido à marca a nível cinematográfico e à empresa que a adotou. Entrega bons momentos de luta, de realização e bons momentos de fotografia (muito graças aos efeitos visuais), mas espalha-se ao comprido com uma narrativa sem sentido e uma história que nunca encerra o que é o DCEU, ou a própria história do Aquaman.
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