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Dead Island 2 – O regresso dos caçadores de zombies
O primeiro título da franquia Dead Island chegou em 2011, e desde então é aclamado como um dos melhores jogos de zombies de sempre. Não é de estranhar a ansiedade dos jogadores por colocarem as mãos em Dead Island 2, 12 anos depois do primeiro título, anos em que as espectativas se foram acumulando.
A abordagem escolhida para a história desta sequela foi bastante interessante. Acompanhamos um grupo de personagens completamente novo, mas a história em si está ligada ao primeiro jogo, visto que decorre 15 anos após os acontecimentos do mesmo. Bruno, Carla, Dani, Ryan, Amy e Jacob, tentam embarcar no último voo de evacuação da cidade de Los Angeles, que foi colocada sobre quarentena depois de um novo surto zombie. São estes os nossos ‘Slayers’ e protagonistas, cada um com as suas características e atributos, onde o jogador pode escolher aquele que mais se adequa para o acompanhar na jornada.
Dentro do voo, estava um infetado que se conseguiu esgueirar para dentro do avião, provocando o pânico e o despenhar da aeronave. Os nossos seis ‘Slayers’ sobrevivem ao acidente, mas são mordidos e infetados por outros tripulantes. A história desenrola com a descoberta da suposta imunidade dos ‘Slayers’ à infeção, originando uma jornada de fuga da cidade. Apesar de tudo, a história não é das melhores, o que faz com que não seja um ponto cativante, nem alimente a vontade dos jogadores em progredirem na mesma.
É muito curioso a forma como a gameplay do jogo consegue ser tão diferente do primeiro jogo, mas ao mesmo tempo tão familiar. A energia frenética do estilo hack and slash mantém-se viva, de tal forma que sentimos o desgaste do género que se tornou tão reproduzido por diversas franquias. Claro que existem diversas novidades que foram introduzidas, uma delas são as skill cards. No primeiro jogo, contávamos com pontos de habilidade que poderiam ser trocados por novas habilidades na skill tree, em Dead Island 2, cada carta representa uma habilidade única que pode ser equipada e combinada com outras cartas e habilidades, dentro das várias categorias. Por outro lado, estamos numa nova localização e temos agora um ciclo de noite e dia, bem como novas armas como novidades.
O jogo em si está dividido entre 24 missões principais e 33 secundárias, em quatro zonas distintas. Isto faz com que o jogo não seja de facto um mundo aberto, apesar de ser algo que se aplicaria na perfeição ao título. Durante estas missões temos que, principalmente, desmembrar e esborrachar zombies. Esta é provavelmente a melhor parte do jogo, principalmente tendo em conta as diversas possibilidades de matar um inimigo e o nível da visceralidade que nos é apresentada. O combate é bastante divertido e vamos encontrando, modificando e reparando armas ao longo do jogo. Maioritariamente vamos utilizar mais as armas corpo a corpo, mas armas de fogo estão também presentes. Isto porque as munições são muito limitadas e muito difíceis de encontrar, por isso acabamos por tentar sempre poupar ao máximo este tipo de armas para os inimigos mais desafiantes, principalmente bosses.
E por falar em desafio, o jogo é bastante desafiante para quem queira jogar a solo. É castigador ao ponto de frustrar com o nível de dificuldade, quase que empurrando o jogador para o Co-Op. Isto seria uma ideia fantástica, se o matchmaking não fosse tão difícil. Para podermos jogar com alguém, temos de estar na mesma missão ou então numa missão mais à frente. Não podemos juntar-nos, por exemplo, a um amigo que esteja uma missão à frente. Por sorte, no meu caso, encontrei duas pessoas no matchmaking público, com quem acabei por jogar todo o resto da história em conjunto. Foi assim que a gameplay passou de tortura a solo, para um verdadeiro festival de carnificina que me divertiu e entreteve durante toda a campanha. É, portanto, fácil perceber o foco no Co-Op do jogo e o quanto este é um ponto extremamente importante para aproveitar o potencial do jogo.
Os gráficos são a maior desilusão em Dead Island 2. A qualidade gráfica está perto da que era possível experienciar no início da geração passada (PS4 e Xbox One), e tendo em conta que a nova geração arrancou em 2020, ver jogos novos com essa qualidade acaba por ser chocante. Não só os gráficos como as próprias animações em certos casos estão demasiado rudimentares, principalmente no que toda a animações faciais dos NPC. A forma como alguns elementos do vestuário interagem com o ambiente e os próprios personagens que as vestem, sente-se que houve um “desleixo” no que toca aos pormenores e a uma quebra do realismo.
Veredicto
Dead Island 2 é o grande regresso de uma franquia muito adorada pelo público. A história razoável, é suportada pela sua gameplay energética e o seu ritmo bastante acelerado, a banda sonora que se encaixa na perfeição com o jogo e toda a diversão do modo Co-Op. A desilusão a nível de grafismo, animações e elementos mais técnicos, fazem com que este título não consiga ser tão bom quanto merecia ser.
7/10
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