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Cinema

The Holdovers – Um Futuro Clássico

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The Holdovers

The Holdovers, escrito por David Hemingson e realizado por Alexander Payne. é um filme ambientado nos anos 70 que conta a história de um professor de história rabugento que é obrigado a passar as férias de natal com os seus alunos, que não têm para onde ir.

Após Sideways (2004), Alexander Payne não tinha um filme tão elogiado pela crítica como pelo público. Curiosamente, mais uma vez, Paul Giamatti regressa a um filme de Payne para protagonizar uma emocionante história, como Paul Hunham. A narrativa não é nada complexa. Este por muitos pode ser visto apenas como um filme simples de Natal que tem a função de apresentar ao público mais uma história com uma lição de moral familiar durante a época natalícia. A verdade é que se destaca por não se focar nisso.

The Holdovers, considerado por muitos “um dos melhores filmes de 2023” apresenta um guião inteligente, engraçado, melancólico e emocionante, onde o maior forte é o tempo de desenvolvimento das personagens. Durante o filme, ficamos apenas com três personagens: o professor Paul Hunham, a cozinheira da escola Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph) e o aluno Angus Tully (Dominic Sessa). E é aqui que o filme, com o seu passo lento mas necessário guia o espectador a uma montanha-russa de emoções e sentimentos ao longo que vai apresentando o desenvolvimento dos personagens, retirando-os completamente da sua zona de conforto e fazendo-os confrontar com as suas próprias personalidades aprendendo a deixar de lado a sua egocentricidade (aplicando mais no caso de Angus e Paul). Alexander Payne sabe também atribuir um bom humor, e aproveita bem para pegar nestas personagens “destruídas” por dentro, e dá um novo significado a este tipo de filmes. A história dá atenção às pequenas vitórias, e avisa o espectador que por mais que esteja tudo a dar errado, as pequenas vitórias são suficientes para nos fazerem levantar e seguir em frente.

Estes sentimentos resultam tão bem, não só pela realização fantástica de Payne como pelas atuações dos três protagonistas. Paul Giamatti é o destaque do filme (tendo já sido nomeado para várias premiações como Melhor Ator), mas Dominic e Da’Vine não ficam nada atrás. Aliás, quando os três estão em cena, é difícil um deles roubar a luz. Mas Paul Giamatti destaca-se bastante pelo seu carisma enquanto Paul Hunham, conseguindo dar outra dimensão a um guião que não se complementa sozinho. Com certeza, nenhum outro ator poderia ter feito melhor este papel do que Paul. As suas falas, juntamente com a sua atuação são uma atração para esta personagem.

O final deste filme é simplesmente perfeito. Depois de uma composição delicada e lenta mas justificável e incrível, o filme acaba com o espectador no chão depois de ser-lhe tirado o tapete após um final comovente apesar de previsível. No que noutros filmes poderia ser chamado de cliché, este consegue formalizar toda uma narrativa nada manipulada para chegar a este final e ser como ouro. A nível técnico, o filme apresenta vários momentos de boa cinematografia; a banda sonora é o principal destaque com várias músicas de natal, canções dos anos 70 e a banda sonora original de Mark Orton; muitos bons momentos de realização por parte de Payne e uma iluminação contrastada entre cores frias e quentes ao decorrer do filme.

Com certeza um dos melhores filmes de 2023, e de sempre na categoria de filmes de Natal. Futuramente será chamado de clássico, e não duvido que demore para chegar às televisões nacionais durante a época festiva.


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Um jovem rapaz que adora o mundo do Cinema e da Televisão. É técnico de som e por isso o seu amor reside nas bandas sonoras. A sua inspiração é o Hans Zimmer e o John Williams. Adora ficção científica e super-heróis, mas não descarta as outras áreas.

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