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Cinema

A Minha Casinha

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A Minha Casinha

“A Minha Casinha” é realizado por António Sequeira, filmado numa vila de Baião, no distrito do Porto. Sem subsídio estatal, com a ajuda do Município do Baião e ajuda do crowdfunding, António Sequeira consegue entregar um dos melhores filmes portugueses do ano.

O filme segue uma família que enfrenta mudanças no seu seio e encara as verdades e dificuldades de ver um filho partir de casa para estudar em Londres. Durante um ano, a história desenvolve-se durante os regressos de Tomás (Salvador Gil) nas férias sazonais. Neste processo, assistimos a diversos confrontos entre a emancipação do filho, a puberdade da filha, uma crise de meia-idade do pai e a forma como a mãe lida com o seu “ninho cada vez mais vazio”. Explora a dinâmica familiar portuguesa quando confrontada com a emigração do século XXI e com a dificuldade de crescer e envelhecer.

“A Minha Casinha” apresenta-se com a frase “um filme português para os portugueses”. Uma afirmação perigosa, já que o resultado podia ser algo dedicado ao humor, chato e com uma estética parecida às novelas. Ao invés, António Sequeira e companhia entrega-nos um filme sentimental, muito emotivo, que faz o espectador (não importa a idade) sentir-se imersivo com este pensamento de partida ou de ver alguém partir.

Tomás enfrenta um amadurecimento de pré-adulto e percebemos que quer apenas sair de perto dos pais e da irmã, sem pensar no que irá mudar na vida de todos. À medida que o encontramos, da mesma forma que os pais o vêem, parece obcecado com outras prioridades, e quando a família sente isso, é quando acontecem os confrontos. Confesso que por vezes analisava a personagem como mal educada, em vez de diferente devido às circunstâncias. Mas a verdade é que era isso que o filme quis transmitir. Com a mudança das estações do ano, o próprio Tomás nota que também a família está diferente. Os hábitos tradicionais e forma como se tratavam era diferente, a relação com a irmã degrada-se e os pais pensam nos sonhos e objetivos que deixaram há tanto tempo. Mas, no fim, a verdadeira mensagem parece ser que, independentemente das mudanças por que passamos na vida, iremos ter sempre um ninho cheio de amor para voltar.

“A Minha Casinha” é um filme realmente para todos os portugueses, residentes no país ou fora dele. É um verdadeiro tesouro para esta época natalícia e a melhor oportunidade para puxar um parente, cujo a nossa relação esteja distante, para ver este filme. Vale cada cêntimo da carteira e os sentimentos com que o espectador sai da sala são de alegria, emoção, compaixão e muita nostalgia por todos os momentos que poderiam ter sido melhor aproveitados.

Mas a melhor parte? O filme ensina-nos que esses momentos ainda podem ser aproveitados e que nunca é tarde demais…


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Um jovem rapaz que adora o mundo do Cinema e da Televisão. É técnico de som e por isso o seu amor reside nas bandas sonoras. A sua inspiração é o Hans Zimmer e o John Williams. Adora ficção científica e super-heróis, mas não descarta as outras áreas.

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