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The Fall of the House of Usher- Genialidade de Flanagan na homenagem a Poe

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House of Usher

Mike Flanagan, com The Fall of the House of Usher, volta a mostrar-nos o seu génio na reinvenção das obras-primas de Edgar Allan Poe.

Não sou fã de horror/terror e escolho bastante a dedo o que ver dentro deste género. De zombies, encantam-me as séries coreanas, talvez por conseguirem mostrar mais a humanidade das personagens. Mas depois temos Mike Flanagan. Posso dizer que só há uma série dele que ainda não vi, “Midnight Club”, as restantes foram vistas em maratonas!

Flanagan tem uma capacidade pouca vista dentro do horror, o de tornar as personagens completamente humanas. Dentro dos acontecimentos as personagens são construídas à volta da fragilidade do que é ser humano e não do sobrenatural. As histórias demonstram que não é o fantástico que afeta as personagens, mas sim as decisões, os pensamentos, as ações de cada um. Ser humano é a base da história, não os fenómenos.

The Fall of the House of Usher é um dos contos de Edgar Allan Poe e Flanagan usa-o como base, como suporte para a construção de toda a história desta produção. No tronco de uma árvore, os ramos são feitos de vários outros contos ou poemas do genial escritor como” Crimes na Rue Morgue”, “O Gato Preto”, “O Escaravelho de Ouro”, “O Poço e o Pêndulo”. Um conjunto de diferentes histórias, contos que são ligados a um background comum. Capítulos diferentes culminam na história, mas que se relacionam e interligam naturalmente.

Desde o início do piloto que somos deparados com referências a diferentes contos ou poemas, em que a parte mais entusiasmante é identificá-las. Começamos com Roderick Usher a convidar o advogado Auguste Dupin a sua casa, para contar a história de família Usher. Dupin é um detetive em três histórias de Poe. Todos os nomes são uma referência, mesmo que não seja ao que baseia o episódio. E ainda, para quem como eu que é alheio a tudo, até os pósteres promocionais das personagens contêm referências.

O conjunto de atores para a série é magnífico. Voltamos a ver as mesmas caras de sempre do mundo de Flanagan, que já idolatramos, e são adicionados Bruce Greenwood, Mary McDonnell e Mark Hamill, criando uma poção que tem tudo para ser boa.

Como sempre, a música, os cenários e a edição são excelentes. A luz que Flanagan usa dá arrepios , especialmente na Casa Usher e em algumas alturas em que a personagem Verna aparece. Saltos e arrepios existem, talvez não tantos como nas anteriores produções, ou não tantos como possam esperar. Posso ainda dizer que de sobrenatural há pouco, há sim um quê de morte.

Para terminar esta opinião, nada como aguçar a vontade com um pouco de poesia do grande Edgar Allan Poe:

The breeze… the breath of God… is still
And the mist upon the hill,
Shadowy… shadowy… yet unbroken,
Is a symbol and a token
How it hangs upon the trees,
A mystery of mysteries!


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Mais conhecida como Vicky, é bioantropóloga com um enorme gosto por ossos, esqueletos e evolução humana. Tem uma paixão desde que nasceu pela cultura popular, de literatura ao cinema. Uma geek assumida e orgulhosa! O seu hobby preferido atualmente é perder-se na cultura popular asiática, especialmente nos anime e K-dramas.

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