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Cinema

SHAZAM: FÚRIA DOS DEUSES com DIVERSÃO e SUPER AÇÃO

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[Contém spoilers do filme] Em 2019, pela primeira vez em 42 anos, tivemos uma versão live-action do Shazam. Desta vez protagonizado por Zachary Levi, apresentou uma proposta genérica para uma origem de super-heróis, engraçada e com bastantes referências aos outros heróis da DC. Apesar de ser um filme num universo compartilhado do Universo, este foi dos primeiros filmes que começou a ter uma abordagem mais “isolada”. Na altura, o filme rendeu mais de 360 milhões de dólares para a Warner Bros.

Agora, passados quatro anos, será que a sequela apresentará uma nova fórmula e novas propostas?

Bom, na minha opinião: a resposta é não. É certo que o filme apresenta boas ideias, com uma dinâmica mais eficaz da família Shazam, no entanto continua a ter momentos muito genéricos. É que também não é pedido que o filme inove o género, mas é esperado que, em relação ao primeiro filme, a fórmula apresente diferenças. Neste caso, continua a haver situações não esperadas e piadas que poderiam ter melhor enquadramento. Este último tópico deve-se ao facto de o filme não saber quando e como utilizar diversas piadas. Algumas até têm a ajuda da edição, mas outras ficam pouco enquadradas, dependendo das situações, que o filme arrisca-se a perder a atenção do espectador. Voltamos à velha história onde o herói tem o fim do “mundo” à sua frente e em vez de agir, decide fazer uma piada…

O filme começa por nos introduzir às vilãs: As filhas de Atlas. Estas, indignadas pelos seus poderes lhes terem sido retirados há muito tempo, procuram um bastão que seria capaz de devolvê-los, restaurando tudo o que perderam. Este bastão, é o mesmo do primeiro filme, com o Doutor Sivana, que não só restaura poderes como os retira, a quem as tente desafiar.

No que à família de Billy diz respeito, somos apresentados à vida atual, cada um com os seus deveres, tarefas e personalidades diferentes. A família tem uma regra nova, ou todos usam os poderes do Shazam para combater algum tipo de crime, ou ninguém usa. Mas a verdade é que o nosso “Freedy Freeman” não é muito de seguir essa regra e tenta, sempre que pode, ir sozinho salvar a cidade. É aqui que penso que entra um aspeto positivo no filme. Billy Batson é o responsável por tentar manter esta família unida e, de certo modo, assegurar de que os poderes são usados corretamente e sem causar perigo algum. Mas, assim que o filme acerta ao mostra-nos a “liderança” de Billy, provoca um erro ao afirmar que os restantes membros da família não conseguem ser heróis… Bom, pelo menos alguns.

Em momentos em que parece que vai tudo desabar, os irmãos parecem estar mais preocupados com interesses, egos pessoais e em se mostrar, e esquecer as pessoas que numa situação catastrófica poderão perder a vida. Este problema mantém-se ao longo do filme. Tanto que, em momentos mesmo de destruição completa, os heróis decidem dedicar-se mais às piadas do que salvar o mundo. É certo que é um filme do Shazam, mais leve e em que a personagem é bastante engraçada na sua essência, mas não nos podemos esquecer que estes heróis já têm os poderes há pelo menos quatro anos. O que significa que já tiveram o tempo suficiente para saber o que fazer e como o fazer. Ou então, não houve nenhum tempo de intervalo e os personagens continuam sem desenvolvimento, se realmente a ideia era passar esta mensagem ficou perdida nas entre linhas da narrativa. O próprio Shazam parece mais diferente, visto que em formato Billy Batson parece uma pessoa mais madura, sempre a tentar avisar o melhor amigo a ter cuidado com os poderes, a avisá-lo do perigo iminente, mas na sua versão heroica, a sua maturidade vai pelos ares e transforma-se novamente na criança que que acabou de receber os seus poderes. Sinto que o filme poderia ter mostrado mais desenvolvimento em relação ao primeiro filme.

À parte disto, existiram pontos em que até nos foi possível apreciar o filme. Os monstros apresentados são um grande ponto positivo e o CGI é bastante bom. As lutas, especialmente no terceiro ato, são das partes mais agradáveis do filme.

Mas quando tudo parece estar bem, eis que se comete acontece algo inesperado: a participação da Mulher-Maravilha. Porquê? Porque decidiram incluir a heroína no filme num momento imprevisivel. Analisando concretamente as duas horas de filme, podemos ver que: enquanto o mundo estava a ser completamente atacado pelas filhas de Atlas, a nossa heroína nem mexeu um dedo para tentar ajudar o Shazam na batalha (sendo que Atlas está relacionado com a mitologia grega, assim como a Mulher-Maravilha). No entanto, assim que tudo é resolvido, ela aparece. O momento até é bonito, e é uma boa referência para o background dos dois nas comics, mas talvez tenha existido uma falta de coerência nesta situação.

Com isto, resumindo, o filme não me agradou como eu expectava. Poderiam ter aproveitado melhor as personagens e respeitar mais o seu desenvolvimento? Sim, podia. Por outro lado, toda a ação, o CGI e algumas piadas foram surpresas muito boas.

 

 

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Um jovem rapaz que adora o mundo do Cinema e da Televisão. É técnico de som e por isso o seu amor reside nas bandas sonoras. A sua inspiração é o Hans Zimmer e o John Williams. Adora ficção científica e super-heróis, mas não descarta as outras áreas.

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