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Netflix Games entra em jogo! Será o streaming o futuro dos videojogos?

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Será o streaming o futuro dos videojogos

Cada vez mais estão a surgir serviços de streaming de videojogos, em que jogamos os nossos títulos favoritos através de uma transmissão de um jogo na cloud. Mas será este o futuro dos videojogos? Será viável?

Passado e presente do streaming

Foi em 2010 que surgiu o primeiro serviço de cloud gaming. A consola OnLive funcionava somente com jogos transmitidos através da Cloud. Em 2012 o serviço chegou também a computador com o “OnLive Desktop”. Este serviço não teve sucesso, sendo descontinuado alguns anos mais tarde e comprado pela Sony em 2015. Apesar desta compra, a Sony em 2012 já tinha comprado a Gaikai, uma empresa que utilizava a tecnologia de streaming para pequenos jogos Java e Adobe Flash nos browsers de computador, principalmente no Facebook. A empresa lançou também um serviço de streaming de videojogos em 2011 que incluía Dead Space 2, The Sims 3, Spore, e Mass Effect 2.

Foi através das compras da Sony que surgiu o primeiro grande titã dos serviços de streaming de videojogos, o PlayStation Now. O PlayStation Now foi lançado em 2014 nos Estados Unidos da América para PS3, e mais tarde, no mesmo ano, para PS Vita, PS TV e televisões Sony Bravia. O serviço continua no ativo até aos dias de hoje e continua a trazer jogos novos todos os meses. Tem uma biblioteca com mais de 700 jogos de PS2, PS3 e PS4 à disposição, e podem ser jogados na PS4, PS5 e PC.

Outro dos grandes titãs, o Nvidia GeForce Now, surgiu inicialmente em 2013 numa fase beta com o nome Nvidia Grid, mas só em 2015 foi lançado como conhecemos. O serviço oferecia inicialmente uma biblioteca de jogos para jogar em streaming, mas em 2019 o serviço alterou, dando agora a possibilidade dos jogadores instalarem os jogos das suas bibliotecas virtuais (como a Steam e a Epic Game Store) nos servidores da Nvidia e jogá-los no computador ou telemóvel. Tornou-se assim um modelo de streaming diferente das restantes opções de mercado. Mas foi em 2019 também que se estreou o serviço de streaming da Google, o Google Stadia. O serviço oferece uma biblioteca de jogos em streaming para serem jogados nos navegadores Google Chrome ou Safari, dispositivos Chromecast, dispositivos móveis Android ou TV Android. Apesar de recente o serviço tem tido uma aderência muito abaixo da concorrência, facto que levou a Google a colocar a sua infraestrutura de streaming à venda nos primeiros dias de fevereiro de 2022.

O Xbox Cloud Gaming, ou XCloud, foi um serviço de streaming adicionado às subscrições de Xbox Game Pass no final de 2019. O serviço da Microsoft oferece uma biblioteca com centenas de jogos de Xbox Original, Xbox 360, Xbox One e Xbox Series X/S, que podem ser jogados em streaming através do PC, browsers de internet, smartphones, consolas Xbox One e Consolas Xbox Series X/S. Pelo serviço ser bastante recente, e pelo facto da possibilidade de utilizar o streaming em brower e no PC apenas ter surgido em 2021, ainda é bastante instável, e vários jogadores relatam não conseguir jogar uma parte da biblioteca devido ao excesso de latência. Apesar de tudo, um ponto positivo para este serviço é ter também disponíveis jogos no dia do seu lançamento sem custos adicionais.

O Netflix Games foi o mais recente a entrar em jogo. Surpreendendo uma grande parte da indústria, a Netflix decidiu lançar o seu próprio serviço de streaming de videojogos em novembro de 2021. Chegando apenas a alguns países, limitado a dispositivos Android e com uma biblioteca extremamente reduzida, o Netflix games chegou com um conceito semelhante aos outros serviços de streaming de videojogos. O catálogo inicial contém apenas 5 jogos: Stranger Things: 1984, Stranger Things 3: The Game, Shooting Hoops, Card Blast e Teeter Up, mas a empresa afirma que quer tornar-se no maior serviço de streaming de videojogos do mundo. Será isso possível?

O futuro do streaming e o lugar da Netflix

Nos últimos meses têm sido cada vez maiores as ondas de aquisições de estúdios por parte de grandes empresas de videojogos. No caso do streaming, aquelas que já estamos a sentir o seu efeito nas subscrições, ou iremos sentir num futuro próximo, são as da Microsoft, como as recentes compras da Bethesda e da Activision Blizzard, e da PlayStation, como as recentes compras da Housemarque e da Bungie. A Microsoft principalmente tem apostado tudo no seu serviço de subscrição, pois além das compras de estúdios e distribuidoras que ajudam a aumentar o seu catálogo, têm ainda melhorado as suas infraestruturas para melhorar o serviço, e aumentado a disponibilidade do mesmo em mais dispositivos e países.
A PlayStation além das compras recentes e das futuras compras de estúdios que já anunciou fazer em breve, está a planear o seu próximo passo para combater a concorrência, com uma nova versão do seu serviço de subscrição. Uma fuga de informação referia-se ao nome “Projeto Spartactus”, onde a PlayStation irá fundir o seu serviço de streaming, o PS Now, com o seu serviço de multijogador jogo online (que também oferece jogos grátis mensais), o PS Plus, e ainda adicionar retrocompatibilidade com as consolas antigas da Sony, na PS4 e PS5, tal como aconteceu no serviço da Microsoft. Tudo aponta para que este passo seja dado durante a primavera de 2022 e “PlayStation Infinite” parece ser o nome mais provável da nova versão do serviço.

Ao contrário do resto da concorrência, que mostram uma luta constante para se imporem como líderes dos serviços de streaming de videojogos, a Netflix começa agora os seus primeiros passos de bebé. Nos seus primeiros meses de vida a empresa conseguiu adicionar alguns jogos ao seu catálogo inicial, tendo agora disponíveis 14 jogos. O maior destaque destas adições foi Hextech Mayhem: A League of Legends Story, pois foi o primeiro jogo a ser disponibilizado no serviço no seu dia de lançamento, igualando as jogadas da concorrência.
Para a Netflix poder alcançar os outros serviços de streaming, e se tornar uma verdadeira ameaça à liderança dos mesmos, o seu projeto piloto precisa de conseguir aumentar o catálogo, sendo que para isso acontecer tem de começar a delinear estratégias. As opções mais óbvias seriam comprar estúdios, fazer acordos com distribuidoras ou estúdios para disponibilizar os seus jogos no serviço ou fazer acordos com estúdios para jogos exclusivos, mas existe ainda a possibilidade da Netflix criar os seus próprios estúdios e desenvolver conteúdo à sua medida.
A Netflix, sendo bastante conhecida pelas suas séries e filmes originais, poderia utilizar esse ponto a seu favor e criar jogos de qualidade AAA ou AA relacionados com as suas séries e filmes. Assim, além de uma ligação perfeita entre o seu serviço de séries e filmes, e o seu conteúdo de gaming, teria ainda a possibilidade de ter jogos exclusivos por serem dos seus próprios estúdios. Ainda é cedo para se saber como poderá a Netflix ter sucesso na indústria, principalmente com os grandes nomes da indústria dos videojogos a apostarem cada vez mais na área do streaming. Resta-nos aguardar para ver os próximos movimentos da empresa.

Apesar de todo este crescimento, e de todos os novos serviços que surgem, o conceito do streaming de videojogos tem sido alvo de questionamento. Muitos se questionam se estes tipos de subscrições serão sustentáveis para a indústria, principalmente para a produção de jogos de alto nível que requerem centenas de milhões de dólares para serem produzidos. Será que a longo prazo as subscrições conseguirão pagar a produção destes títulos? Será que os lançamentos dos jogos nestes serviços, no dia de lançamento, irão conseguir cobrir os custos de produção e ainda dar lucro? Será que as empresas terão de se ver obrigadas a produzir jogos com qualidade inferior aos padrões atuais para tornar os serviços sustentáveis? E os países onde a internet não é boa o suficiente para estes serviços? Todas estas são questões colocadas pelos jogadores, e todas elas são bastante plausíveis, mas tal como é cedo para sabermos se a Netflix irá vingar na área, também é cedo para sabermos o impacto a longo prazo destes serviços na indústria. Neste momento parece que o streaming de videojogos e os serviços de subscrição serão de facto o futuro dos videojogos, mas são todas as dúvidas que podem mudar o rumo daquilo que é para já um futuro incerto.

 

 

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Apaixonada pela cultura geek e principalmente pelo gaming desde pequenina, quando ficava horas seguidas a jogar consola. Jogar apenas deixou de ser suficiente para saciar o apetite por videojogos, então logo começou a fazer vídeos, a falar e a escrever sobre videojogos. Como uma paixão geek nunca vem só, adora ver animes, séries e filmes. Pelo caminho ainda vai aprimorando a sua veia musical.

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