Cinema
Evil Dead Rise – Um terror quase perfeito

“Evil Dead Rise” apresenta-nos Beth (Lily Sullivan), que vai a Los Angeles visitar a irmã mais velha, Ellie (Alyssa Sutherland), que mora com os três filhos. Após o terramoto os deixar completamente presos, o livro dos mortos é libertado e invoca demônios preparados para os possuir e assassinar. Para sobreviverem, precisam de enfrentar as versões malignas de cada um da família.
Esta sinopse poderia ser deste como de qualquer filme de Evil Dead. Apesar de ser um novo capítulo na franquia de “Evil Dead”, este apresenta uma versão mais explicita e muito aterrorizante de tudo aquilo que já vimos.
Para quem estava habituado aos filmes originais, pode esquecer todo o humor e “patetices” da primeira trilogia. Poderíamos só afirmar que era mais um filme de terror, visto que não explora muito a ficção do “livro dos mortos”, utilizando-o apenas quando conveniente. E por falar nisso, este filme apresenta bastantes propostas “convenientes” no que toca a situações dos personagens. Situações iguais em contextos iguais, são mostrados de diferentes ângulos. Exemplo: Um personagem num tipo de cena faz isto, mas noutro momento completamente igual, decide fazer o contrário apenas porque satisfaz o guião. Outra coisa que também é preciso falar são os planos de câmara. Eu, honestamente, fiquei um enorme fã da realização de “Lee Cronin”, que apresenta planos “inovadores” bastante bons que fazem pensar que é apenas magia da edição.
Outro ponto positivo, é a qualidade dos efeitos práticos em todas as cenas violentas e grotescas que chegam até a fazer uma pessoa maldisposta. E não é exagero, visto que tanto na minha sessão como em todo o mundo, as pessoas têm vindo a passar mal por causa da tamanha violência e sangue que o filme apresenta. Por isso, deixo-vos já um aviso, para os mais sensíveis terem cuidado a assistir ao filme.
“Evil Dead Rise” é daqueles filmes que em tudo o que apresenta há uma boa construção a nível narrativo. Isto porque o filme tem bastante cuidado a construir a sua base para depois entrar com tudo nos momentos de tensão. Mas também sinto que o terror foi um pouco esquecido neste filme, podendo ter forçado a parte do suspense e do terror. Jumpscares repetidos e em momentos inadequados podem ter estragado um filme que tinha tudo para ser perfeito. Também posso culpar um pouco a banda sonora, visto que por vezes também exageravam no uso de agudos e melodias que provocam tensão. Este efeito poderia ser melhor aproveitado se não fosse usado em excesso, porque só vai provocar repetição e tira completamente o efeito que deveria ter provocado. O 1º ato tem um ritmo lento, mas apresenta muito bem as personagens, o contexto delas e o que acontece até às suas transformações de demónios. A partir daí é como já disse, violência do início ao fim.
Resumindo, “Evil Dead Rise” apresenta uma versão ainda mais violenta do que em 2013, podendo ser classificado como o mais “gore” da franquia. Boas atuações, uma narrativa coerente e bem construída e efeitos práticos incríveis, fazem deste um grande filme.
