Free Guy: Herói Improvável – Estreia 19 de Agosto

Free Guy chega esta semana aos cinemas e traz consigo uma dose enorme de cultura pop, entretenimento, romance e, acima de tudo, boa disposição e esperança.

Na análise de Bilge Ebiri, na Vulture, o autor diz que Free Guy é uma amalgama de “The Lego Movie”, “The Truman Show”, “The Matrix”, “Wreck-It-Ralph” e “Ready Player One”. Eu acrescentaria doses largas de Fortnite e GTA Online e quase todas as comédias românticas alguma vez feitas. Isto para dizer que não há propriamente nada de revolucionário ou original neste filme, e atrevo-me a dizer que a ideia é mesmo essa. É uma paródia e homenagem ao mundo dos videojogos, ao capitalismo que os rodeiam e às personalidades tóxicas que constantemente descobrimos a gravitar ao seu redor. A componente romântica e de amizade ajudam a ancorar a história para que nunca se perca em referências ou se torne demasiado abstrata para quem não está familiarizado. Exemplo disso é a quantidade insana de youtubers e streamers que, para quem está de fora, a sua presença não diz absolutamente nada. Mas essas participações, referências e piadas são o extra para o que o filme se designa contar.

No centro de tudo, claro, está o eternamente carismático Ryan Reynolds, a que o filme deve o facto de tudo encaixar. Num humor menos ácido do que é seu costume, o ator entretém com piadas, diverte com cenas de ação e derrete corações quando a história o requer. Jodie Comer parece ter-se divertido mais neste do que nos assassinatos das mais recentes temporadas de “Killing Eve” e Taika Waikiki provavelmente entrou no filme porque Reynolds lhe disse que podia fazer com a personagem o que bem desejasse. Ele assim o fez.

A apontar alguma coisa menos positiva, pode-se criticar a presença clara de duas partes na história. Um início desvairado e um final mais sentimental, o que pode fazer com que algum público adore a primeira parte e perca interesse com a segunda (e vice-versa). O facto de, mais uma vez, não estarmos a ver nada de profundamente original, torna também o filme facilmente “esquecível”. O melhor lado destas duas horas, no entanto, contrapõe esse mesmo ponto: é um filme feito para entreter. A verdade é que não falha nessa missão e consegue arrancar gargalhadas e deixar-nos de sorriso na cara, satisfeitos com um serão bem passado.

Free Guy é um Deadpool que podem mostrar aos mais pequenos, com referências para agradar quem passa o tempo com o nariz no Youtube, para quem acompanhou o mundo cinemático da Marvel, adora multiplayer ou vive noutras galáxias (artigo em breve com todas as referências que pude encontrar no filme!). Um filme popcorn para passar um serão em família ou ver com a namorada, se já estiverem fartos do catálogo do streaming e quiserem aproveitar um serão diferente.